TikTok adota monitoramento de funcionários para estimular o retorno ao escritório.
O TikTok, famosa plataforma de vídeos curtos, está adotando uma estratégia inovadora para incentivar colaboradores a voltarem aos escritórios.
Recentemente, a empresa lançou o MyRTO, um software interno que rastreia a localização dos funcionários, a fim de garantir que o ponto seja batido no escritório. Nem mesmo os colaboradores que utilizavam a rede privada estão escapando da “supervisão” desse software.
Mas como essa nova estratégia afeta a cultura e a retenção de talentos na empresa? Vamos explorar esse tópico e entender os detalhes dessa decisão da empresa.
Um pouco da empresa TikTok
Antes de mergulharmos nos detalhes do monitoramento dos funcionários, é importante conhecer um pouco mais sobre o TikTok.
Com cerca de 7.000 funcionários apenas nos Estados Unidos, a empresa implementou, desde outubro do ano passado, uma política que exige que muitos de seus colaboradores trabalhem nos escritórios pelo menos três vezes por semana.
Além disso, o TikTok informou aos funcionários que o não cumprimento deliberado e consistente dessas diretrizes poderia resultar em ações disciplinares e afetar as avaliações de desempenho.
Por que o TikTok está rastreando os funcionários?
O software MyRTO foi desenvolvido com o objetivo de monitorar a localização dos funcionários no momento em que batem o ponto. Isso permite à empresa saber onde o trabalho está sendo realizado e solicitar explicações em caso de faltas não justificadas.
O MyRTO também cria um painel de informações que está disponível para o funcionário, seu supervisor e o departamento de Recursos Humanos.
A empresa diz que o motivo dessa abordagem visa estabelecer uma comunicação mais clara e transparente em relação ao retorno aos escritórios.
O uso da cultura do medo é uma medida que irá impactar a imagem do TikTok
O retorno ao escritório tornou-se uma questão crucial em muitas empresas de tecnologia, incluindo gigantes como Amazon, Google e Meta.
No entanto, no caso do TikTok, a implementação do MyRTO levanta preocupações sobre a cultura da empresa. De acordo com funcionários entrevistados pelo The New York Times, a interface do aplicativo e as mensagens que têm circulado entre a equipe transmitem uma atmosfera disciplinadora, que tem gerado apreensão sobre as possíveis consequências de não cumprir as diretrizes.
Algumas empresas têm intensificado seus esforços de fiscalização, incluindo a monitorização do uso dos crachás para garantir a presença dos funcionários. O Google, por exemplo, solicitou que seus colaboradores retornem ao escritório três dias por semana e usem crachás para identificar ausências prolongadas. Esses dados podem ser incorporados às avaliações de desempenho.
No entanto, poucas empresas desenvolveram ferramentas e painéis personalizados para acompanhar diariamente esses dados e compartilhá-los com seus funcionários e gestores.
Por que essa medida tomada pelo TikTok é importante para as gigantes da tecnologia?
A flexibilidade no trabalho abriu oportunidades para atrair e reter os melhores talentos, e as empresas precisam equilibrar o monitoramento com a confiança e a valorização dos colaboradores. Afinal, os melhores talentos sempre terão opções externas e escolherão empresas que respeitem sua autonomia e bem-estar.
Apesar disso, a falta de dados precisos sobre a produtividade ainda é um gatilho de preocupação entre os CEOs em relação ao retorno aos escritórios. A medição da produtividade sem levar em consideração a presença física dos colaboradores é um verdadeiro desafio.
À medida que os colaboradores retornam aos escritórios, as empresas estão buscando maneiras de medir a ocupação e a qualidade do trabalho no ambiente presencial. No entanto, é crucial que essas tecnologias sejam adotadas com responsabilidade, a fim de evitar a geração de um clima de medo entre os funcionários.
Isso porque agora as empresas estão empenhadas em encontrar ferramentas que monitorem a produtividade, indo desde a análise do tempo em que os funcionários estão conectados até a captura de tela, quase como uma abordagem espiã.