Sobre ser “Mestre em Prompts” em IA: o que aprendi na SXSW deste ano

Sobre ser “Mestre em Prompts” em IA: o que aprendi na SXSW deste ano

Diego Ramos

Prestigiar o SXSW é uma experiência inexplicável, oportunidade única de conferir o que as mentes mais brilhantes e inspiradoras em diversas esferas têm a dizer sobre o que vem pela frente. No que tange tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) prevaleceu sobre os demais temas em destaque, principalmente sobre os impactos dela para as empresas, colaboradores e sociedade em geral.

Durante o evento, ficou claro para mim que muitas pessoas estão, sim, usando o ChatGPT e outras ferramentas de IA, mas ainda há muito o que evoluir nesse sentido. Agora é a hora para treinar os colaboradores para utilizar tais recursos de maneira eficaz. Ou seja, não basta apenas aplicar a tecnologia “no modo automático”; devemos, de fato, nos tornar “mestres em prompts”, a fim de extrair o máximo o que ela tem a oferecer para cada função e tarefa.

A gente sabe que a IA não é exatamente uma novidade (ela existe há décadas), no entanto, percebe-se, a partir das apresentações e debates com especialistas, que estamos em um momento crucial em que a sua aplicação está se tornando mais ampla e acessível. Nesse contexto, personalizar a utilização das ferramentas de IA para cada colaborador é fundamental para identificar como o recurso pode otimizar suas responsabilidades diárias. Um caminho para isso é através de muito treinamento e experimentação interna.

Um ponto de alerta que me chamou bastante a atenção foi que, mesmo falando sobre os próximos passos da IA e da sua incrível capacidade de análise que ferramentas como o Excel tem a oferecer, é preocupante ver que ainda apenas 33% das organizações afirmam ser capazes de transformar dados em informações úteis. Esse estudo, apresentado durante o evento, mostra a necessidade urgente que as empresas têm de treinar o colaborador e facilitar o acesso dele aos dados para que ele fortaleça as suas habilidades de análise em todas as áreas.

A segurança, foi outro pilar bastante debatido pelos especialistas, à medida que os ciberataques crescem em volume e sofisticação. A boa notícia é que a IA – que vem sendo amplamente usada por cibercriminosos para aperfeiçoar as suas estratégias de ataques – também foi muito bem incorporada à maioria das tecnologias de cibersegurança, e tem ajudado muito as organizações na identificação e mitigação dos ataques cibernéticos.

Para finalizar, também foi possível acompanhar como o ESG – e os seus temas adjacentes – se tornou crítico para a grande maioria das companhias. Diversas empresas aproveitaram a presença de especialistas do mundo todo na região para realizar encontros paralelos ao evento, e o assunto foi bastante abordado, como em uma das apresentações na Apple a qual tive o privilégio de assistir. Na ocasião, o diretor de Meio Ambiente e Cadeia de Suprimentos da organização compartilhou informações valiosas sobre os compromissos da Apple com a sustentabilidade, entre eles o de se tornarem neutros em carbono até 2030.

O uso de 20% de materiais reciclados em produtos da Apple, em 2022, é mais um exemplo inspirador de liderança em responsabilidade ambiental exemplificado pela empresa. Ao compartilhar esses resultados, entre outras atividades, eles esperam que as demais corporações se inspirem nas suas ações de sustentabilidade e façam o mesmo.

Por fim, o SXSW deste ano foi mais uma experiência reveladora, repleta de insights sobre o futuro do trabalho, a evolução da Inteligência Artificial e a importância da sustentabilidade no ambiente corporativo. Fico feliz por ter conseguido estar presente, conhecido, aprendido e conversado com tanta gente influente. Agora chegou a hora de compartilhar tudo o que vivi ali e aplicar, na prática, todos esses aprendizados, a fim de contribuir para um futuro mais inteligente, sustentável e colaborativo.

*Diego Ramos é CEO da Teltec Solutions e Vice-Presidente de Relacionamento da ACATE ( Associação Catarinense de Tecnologia )