Modalidade de associação permite taxas mais baratas e opções de investimento acessíveis.
Quando o assunto é acesso a veículos de investimento, os bancos e as corretoras ainda dominam o mercado. No entanto, as cooperativas de crédito apresentaram um grande crescimento entre 2020 e 2021. E, de fato, investir por meio de uma cooperativa pode dar enormes vantagens, sobretudo ao pequeno investidor.
De acordo com dados do Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (SICOOB), apenas no Sul do Brasil as cooperativas cresceram 19,8% nos cinco meses iniciais de 2021 e registraram 7,1% de aumento nos depósitos a prazo. Ou seja, a demanda por esse serviço cresceu rapidamente mesmo durante a pandemia.
Ao contrário do mercado de ações, as cooperativas são mais concentradas e servem como uma maneira de unir seus associados, dando-lhes poder de barganha para acessar serviços de crédito e investimentos. Confira agora as vantagens de montar e investir por meio de uma cooperativa.
Donos e usuários
Conforme a definição fornecida pelo Banco Central do Brasil (Bacen), uma cooperativa é uma “instituição financeira formada pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados”. Isto é, as cooperativas são grupos que se unem em prol de um interesse comum.
Dessa forma, uma cooperativa não é uma empresa no sentido estrito da palavra. Seus membros são, ao mesmo tempo, usuários e donos da instituição. Usuários no sentido de serem clientes dos serviços da cooperativa, e donos pois recebem uma parte dos resultados dos serviços ofertados pela cooperativa.
Mas quais serviços uma cooperativa oferece aos seus usuários? Basicamente, todo e qualquer serviço bancário. Geralmente, os principais serviços oferecidos pelas cooperativas são:
- conta-corrente;
- aplicações financeiras;
- cartão de crédito;
- empréstimos e financiamentos;
- e muito mais.
Cabe ressaltar que essa lista é um apanhado geral, mas existem diversos modelos de cooperativas. Por exemplo, alguns modelos oferecem todas as modalidades descritas na lista, ao passo que outros são mais focados em uma modalidade.
Tipos de cooperativas
Como são associações voltadas para profissionais, as cooperativas de crédito podem ser divididas em tipos ou classes. Por exemplo, existem as cooperativas agrícolas, que reúnem pessoas que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas.
Recentemente, cooperativas deste tipo, ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) emitiram Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) através de cooperativas. O objetivo era arrecadar R$ 17,5 milhões e financiar a produção em áreas de reforma agrária.
Essas cooperativas são exemplos de cooperativas restritas, que só admitem pessoas ligadas àquele setor. Mas existem também as companhias de livre associação, que aceitam membros de qualquer setor da sociedade.
Há também as cooperativas mistas, que podem reunir associados de diferentes grupos ou setores. Geralmente, são cooperativas criadas por setores com atividades similares ou resultado de fusões entre duas ou mais cooperativas do mesmo setor.
Sistema de voto e poder da união
Ser membro de uma cooperativa significa ter uma série de vantagens. Em primeiro lugar, os cooperados conseguem acesso a serviços financeiros com preços e taxas muito mais acessíveis do que nos bancos tradicionais. Ou seja, conseguem crédito, investimentos e contas com taxas mais vantajosas.
As pessoas associadas têm iguais poderes de voto. Dessa forma, o objetivo é garantir que todos tenham igualdade na tomada de decisão. Como não visam o lucro, as cooperativas conseguem oferecer melhores condições em seus produtos.
Proteção ao investidor
No caso das cooperativas que oferecem investimentos, estes também contam com proteção. Assim como investimentos tradicionais possuem o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), as cooperativas possuem o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop).
O FGCoop funciona como seu análogo do mercado financeiro, garantindo os depósitos e os créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos. Logo, se uma dessas instituições entrar em falência ou liquidação extrajudicial, os clientes estarão segurados.
Hoje em dia, o limite de valor da proteção do órgão é o mesmo para os depositantes dos bancos. Ou seja, R$ 250 mil por cada CPF e cada instituição.
Por meio da união entre seus membros, visando um benefício mútuo, as cooperativas atuam como importantes veículos de fomento ao empreendedorismo local. Ao mesmo tempo, elas contribuem para fortalecer pequenos produtores e lhes dar benefícios e maior poder em negociações coletivas.