Apesar da queda no número de postos de trabalho, o e-commerce contrata.
Os números de maio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) registram o fechamento de – assustadores – 115.599 postos de trabalho no Brasil. Especialistas apontam o resultado como reflexo da crise econômica no país e alertam que a retração do emprego não só vai continuar, como deve ficar ainda pior, visto que não há indícios de que a economia vá melhorar nos próximos meses. O ministro Manuel Dias, afirma que este foi o pior mês da série histórica, iniciada em 1992, e que é a primeira vez que maio apresenta um resultado negativo.
Na contramão dessa queda na economia está o e-commerce, que se não cresce muito, no mínimo se mantém, como afirma o diretor de Comunicação e Marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.Net), Gerson Rolim. Ele complementa que há uma projeção de faturamento de R$ 43 bilhões para 2015, uma expansão de 20% sobre os 12 meses anteriores. Pudera, dos 204 milhões de brasileiros, 51,5 milhões fizeram no mínimo 1 compra online no ano passado. Isso representa cerca ¼ da nação que necessita de atendimento comercial, profissionais de TI, pós-vendas, financeiro, gestão, comunicação e inúmeros outros setores envolvidos.
Prova do aquecimento no setor é a Magamobi, holding especialista na venda de celulares e smartphones, atuando há cinco anos com comércio eletrônico por meio das lojas Cissa Magazine, Marcelo Smart, GuriVéio.com, LidiMania e Sam Store. “O fechamento do ano fiscal foi excelente, enquanto o comércio eletrônico cresceu 24% em 2014, a Magamobi alcançou um crescimento de 85% e prevê para 2015 um crescimento de 40%, o dobro da média de 20% estimada para o setor pelo E-bit1”, comemora o CEO Jaison Goedert. Além do crescimento, a holding catarinense ainda se destaca por sua atuação no mercado de trabalho. Frente aos dados de queda, a Magamobi continua a abrir novas vagas, contratando para ampliar tanto setores quanto horários e atuando com gestão de pessoas e com a capacitação e a formação de colaboradores.
Comércio eletrônico capacita os escolhidos
Não é de hoje que o mercado e-commerce tem dificuldades na contratação de mão de obra. Currículos de colaboradores especialistas tanto em varejo quanto em tecnologia não são nada comuns e, com o crescimento das lojas virtuais, a deficiência se amplia para as demais áreas gerenciais e operacionais. O que acontece então, é que apesar da lacuna em uma das áreas de competência, é feita a contratação seguida de uma capacitação dentro do próprio comércio eletrônico, como a forma mais comum de profissionalização. Segundo a Pesquisa Profissional de E-commerce 2014, parceria entre E-bit e Universidade Buscapé Company, 61% dos profissionais aprendeu a trabalhar com comércio eletrônico assim, na própria empresa.
As vagas no comércio eletrônico pertencem a segmentos relativamente jovens e que a intervalos muito curtos inserem e resultam ainda em novas demandas e competências. O mercado profissionalizante não consegue se adequar tão rapidamente para preparar e capacitar esses colaboradores. Assim o deficit que já existe para a mão de obra do e-commerce, não apenas se mantêm, mas aumenta e com o crescimento do setor, se amplia.
Para que a Magamobi não desacelerasse seu crescimento, Jaison apostou pela contratação de colaboradores das gerações Y e Z: “eles são mais de 95% da equipe, muitos deles estão em seus primeiros empregos e com baixíssimo índice de turnover”. Para isso, além dos benefícios previstos em lei, as políticas da empresa contemplam cursos de línguas, auxílio pós-graduação e especialização, vale cultura e combustível, ginástica laboral, seguro de vida e remuneração com premiação por metas. “Ter equipe é fundamental. Focamos em manter um bom time e acrescê-lo de novos talentos para impulsionar e acompanhar o nosso crescimento. Neste ano serão 12 milhões em investimentos que contemplam infraestrutura, novas tecnologias e equipamentos, mas também voltados à atrair e capacitar novos colaboradores. A meta da Magamobi para 2020 é obter receita bruta superior à 1 bilhão, para isso a equipe deve estar alinhada à nossa visão e missão e trabalhar com foco nos nossos valores. Hoje somos 150, em breve, mais de 300.”
Mas trabalhar com e-commerce é trabalhar com o quê?
De modo geral, o mercado de trabalho do comércio eletrônico está dividido entre o campo técnico (com funções nas áreas de designer, desenvolvedor web e de plataformas móveis) e o de negócios (com gerências de e-commerce, logística, metadados, marketing’s, mídias sociais e call center). E a profissionalização do mercado de varejo online em si vem contribuindo para a sua evolução e o seu crescimento, assim como de seus colaboradores.
O CEO Magamobi destaca, quase tão importante quanto a afinidade com a área de atuação, algumas características são fundamentais para quem quer trabalhar com e-commerce: “É preciso acompanhar as mudanças e tecnologias, ser ágil, rápido no aprendizado. Saber manter o foco no trabalho e no resultado da equipe faz muita diferença. E organização e planejamento são diferenciais”.
Atualmente não há garantias de vagas no mercado de trabalho, mas o setor e-commerce se mostra uma opção estável e ainda em desenvolvimento. Hoje – e por um bom tempo ainda – ter formação diferenciada ou especializações dentro da ampla área de atuação e-commerce valoriza o currículo e podem significar dígitos a mais na folha de pagamento.
1 Conforme dados do 31º WebShoppers, relatório de Comércio Eletrônico Brasileira / E-bit.
Marilei Pessatti
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