Processo de investigação e análise minuciosa reduzem riscos e asseguram que organizações façam escolhas mais assertivas.
Conhecer os potenciais parceiros comerciais antes de fechar qualquer acordo reduz riscos e assegura que empresas façam escolhas informadas e estratégicas. Essa investigação prévia e detalhada é chamada de due diligence, que significa diligência pré-contratual.
Segundo o Guia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de “Devida Diligência em Conduta Empresarial Responsável”, há práticas que podem ser adotadas pelas organizações para auxiliá-las na prevenção e na resolução de impactos adversos.
Ao cumprir a legislação vigente, comunicar-se com transparência e respeitar os direitos humanos, por exemplo, é possível evitar problemas de diferentes naturezas, que podem acarretar multas, sanções e ajuizamento de ações. Nesse sentido, o compliance é um aliado cada vez mais usado pelas empresas. Pesquisa realizada pela Deloitte e a Rede Brasileira do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022, mostrou que 88% das empresas do país possuem um programa de conformidade.
Mas a preocupação com o compliance não deve restringir-se ao ambiente interno das organizações. Por isso, a recomendação para que as práticas também sejam seguidas na hora de avaliar uma futura parceria.
A investigação e a análise minuciosa ajudam as empresas a entenderem com quem estão prestes a se associar, seja por meio de uma fusão, aquisição, parceria estratégica ou qualquer outro tipo de colaboração comercial. A prática de due diligence busca reduzir percalços futuros, evitar surpresas desagradáveis e assegurar que as companhias tomem caminhos mais assertivos.
Quem tem um negócio deve ter observado na prática que a complexidade das operações exige cuidados mais detalhistas. Portanto, a falta de uma diligência pré-contratual adequada pode levar a consequências negativas, como exposição a passivos desconhecidos, prejuízos financeiros e danos à reputação.
Conformidade e due diligence andam juntas
O programa de compliance e a prática de due diligence caminham juntos. Da mesma forma que uma organização deve ter um conjunto de políticas e procedimentos de conformidade com a legislação e as normas que regem a sua área de atuação, ela precisa averiguar se os mesmos padrões são adotados pelos futuros parceiros.
Dessa maneira, uma investigação cuidadosa desempenha papel crucial no âmbito da conformidade, pois permite que as empresas identifiquem e avaliem possíveis riscos legais, regulatórios, financeiros e éticos antes de assumirem compromissos comerciais. Isso significa que a due diligence é uma ferramenta indispensável para ajudar as empresas a manter sua adequação, evitando transações que possam resultar em descumprimento de leis e regulamentos.
Como operar uma diligência prévia de maneira eficaz
Revistas e sites de finanças, como o Financial Times, The Wall Street Journal e Forbes, apresentam artigos e análises sobre processos de due diligence em fusões, aquisições e estratégias de negociação. Destaca-se, com frequência, que a realização da prática de forma eficaz envolve a análise minuciosa de várias áreas-chave.
Assim, é recomendável avaliar as demonstrações financeiras da empresa para entender sua saúde financeira e a precisão dos números apresentados. Em seguida, os especialistas indicam a necessidade de verificar a existência de litígios pendentes, questões contratuais e possíveis problemas legais que possam impactar a parceria comercial.
Outra recomendação é realizar uma análise das operações diárias do potencial parceiro, sob a busca de compreender sua eficiência operacional e suas práticas de gestão. Também é necessária a averiguação da reputação e do histórico da companhia, o que é relevante para conhecer sua ética nos negócios e sua capacidade de manter relacionamentos comerciais de longo prazo.
Fatores culturais e estratégicos precisam ser levados em conta, pois exigem a compreensão da cultura corporativa e dos objetivos do parceiro em potencial. Essa medida contribui para a harmonia na colaboração e o alcance de metas compartilhadas.
