Falta de rotina, testes ineficientes e equívocos sobre a nuvem. Especialista da Teltec Solutions destaca estratégias essenciais para garantir que backups realmente protejam os negócios contra falhas e ataques.
No cenário atual, em que a transformação digital avança mais a cada dia, a segurança da informação se tornou uma prioridade inegociável para instituições de todos os portes e setores. Entretanto, muitas organizações ainda enfrentam desafios significativos na proteção de seus dados, principalmente quando o assunto envolve práticas de backup e recuperação de desastres. Com a aproximação do Dia Internacional do Backup, celebrado em 31 de março, somos convidados a refletir sobre os erros cometidos no dia a dia que levam a desastres digitais, bem como as estratégias que podem ajudar a evitá-los.
A falta de práticas eficazes de backup tem impacto direto na saúde financeira das companhias. Segundo o Gartner, os gastos globais com segurança da informação e gerenciamento de riscos atingiram US$ 215 bilhões em 2024, um crescimento de 14,3% em relação ao ano anterior, evidenciando a necessidade de medidas eficazes para evitar perdas financeiras causadas por falhas na proteção dos dados. Em outro estudo, a consultoria projetou que, até 2028, 75% das grandes empresas adotarão o backup as a service (BaaS) em conjunto com ferramentas on-premises, uma estratégia que visa proteger cargas de trabalho tanto na nuvem quanto nas próprias instalações. Essa abordagem híbrida permite maior flexibilidade e segurança, garantindo que dados críticos estejam protegidos independentemente do ambiente em que são armazenados.
Diante desse cenário, a ausência de uma rotina consistente de backups ainda é uma das principais falhas cometidas pelas empresas. Muitas não realizam cópias regulares de seus dados, o que as deixa vulneráveis a perdas irreversíveis. Outro problema frequente é confiar cegamente na integridade dos backups sem realizar testes periódicos. “Em muitos casos, as pessoas assumem que seus backups estão seguros, mas, quando precisam recuperar os dados, descobrem que estão corrompidos ou incompletos”, alerta Luciano Rocha, diretor de serviços cloud da Teltec Solutions.
Além disso, há um equívoco bastante comum sobre a responsabilidade na nuvem. Muitas corporações acreditam que os provedores de serviços cloud são responsáveis pela proteção total dos dados armazenados, quando, na verdade, a segurança e a recuperação dessas informações são de responsabilidade compartilhada. Segundo Rocha, essa interpretação equivocada pode gerar grandes prejuízos, pois sem uma estratégia clara de recuperação, o impacto de um ataque ou falha técnica pode ser devastador.
Outro erro crítico é armazenar backups no mesmo local dos dados originais. Quando há um ataque ransomware, desastre natural ou pane técnica, ambas as cópias podem ser comprometidas simultaneamente. Além disso, muitas companhias falham ao não atualizar suas estratégias de backup conforme a evolução das ameaças cibernéticas.
Para evitar essas vulnerabilidades, Luciano Rocha destaca a importância de uma abordagem proativa e estruturada. “As organizações precisam seguir a regra 3-2-1, que consiste em manter três cópias dos dados, armazenadas em dois tipos diferentes de mídia, sendo uma delas externa. Isso reduz o risco de perda total em casos de ataques ou falhas.” Ele também reforça a necessidade de automação dos processos de backup. “Quanto menos depender de intervenção humana, menor a chance de erro. Sistemas automatizados garantem que as cópias sejam feitas regularmente e sem falhas.”
Além disso,Rocha enfatiza a importância de testes frequentes. “Não basta ter um backup, é preciso testá-lo regularmente para garantir que pode ser restaurado quando necessário. Muitas vezes, falhas só são descobertas quando já é tarde demais.” Ele também reforça a necessidade de conscientização. “A segurança da informação não é apenas uma questão tecnológica, mas também cultural. Investir em treinamentos para que equipes saibam como agir diante de incidentes é essencial para reduzir riscos e garantir a continuidade dos negócios.”
Por fim, o executivo destaca que o Dia Internacional do Backup deve servir como um alerta para a importância de práticas robustas de proteção de dados. Para as empresas brasileiras, reconhecer vulnerabilidades e adotar medidas preventivas eficazes é essencial. Implementar estratégias sólidas de backup e recuperação não é apenas uma escolha estratégica – é uma necessidade urgente para evitar prejuízos milionários e garantir a resiliência dos negócios diante das crescentes ameaças digitais.