Antes da pandemia, as linhas rígidas entre os papéis de CIO e CTO nas empresas já vinham sendo quebradas, devido à velocidade das mudanças digitais. Com a pandemia, essa tendência se acelerou e uma relação mais colaborativa entre esses executivos vem ajudando organizações a atenderem às crescentes demandas de tecnologia, especialmente aquelas envolvendo privacidade de dados e segurança de TI e atualizações em grande escala, como a migração para sistemas em nuvem.
As vantagens dessa relação mais colaborativa são evidenciadas em um relatório recente publicado pelo Institute for Business Value (IBV), da IBM, concluindo que empresas com alto nível de colaboração CIO-CTO demonstram “melhorias substanciais na margem operacional”. As empresas tecnologicamente maduras no estudo do IBV apresentaram ganhos marginais de receita 2% maiores do que aquelas menos avançadas. Esse número subiu para 6% para empresas com um nível mais alto de colaboração entre CIO e CTO.
“A natureza do trabalho, o que todos estamos fazendo e os problemas que estamos tentando resolver mudam mais rápido do que nunca. Essa sinergia entre os C-Levels tornou-se estratégica para qualquer organização que pretenda acompanhar a evolução do mercado, aproveitar as oportunidades e desenvolver as melhores soluções”, destaca José Júnior, CTO da Opah IT, empresa de soluções customizadas de TI.
José Júnior é estrategista de tecnologia do sistema de gerenciamento empresarial e trabalha em estreita colaboração com CIOs de grandes empresas em áreas como finanças, turismo e varejo. Na sua perspectiva, as parcerias CTO-CIO têm sido fundamentais para gerenciar a velocidade e o escopo das mudanças na tecnologia e a estratégia de negócios.
“Se você realmente passar algum tempo na sala com essas pessoas, poderá ver se estão colaborando ou não. Eu definitivamente concordo que as empresas que estão tendo sucesso e são capazes de pivotar têm uma equipe muito colaborativa”, aponta o executivo da Opah IT.
A ascensão do CTO
Tradicionalmente, o CIO tem sido o executivo C-suite responsável pela estratégia de tecnologia interna, incluindo fornecimento e implantação de recursos. Em algumas organizações, o CIO era o único executivo C-suite encarregado da supervisão de TI.
Essa dinâmica está mudando. O crescimento de produtos e serviços de tecnologia voltados para o exterior e a importância de interfaces de cliente baseadas na Web tornaram o papel do CTO essencial para empresas e organizações em toda a economia. Levantamento da Gartner revela que três quartos das organizações já têm um CTO além de um CIO.
“A maioria dos clientes da Opah têm um CIO e um CTO. As empresas de tecnologia com as quais trabalhamos são mais propensas a ter ambos. Já nas empresas mais tradicionais em termos de foco ou estrutura, não vemos CTOs com tanta frequência. Mas conversando com vice-presidentes de TI ou alguém similar, fica claro o desempenho, na prática, de uma função de CTO”, ressalta o porta-voz.