Vou ser direto: – Você realmente acredita que seja possível dar 98% de desconto em algum produto? Você acha possível um semestre de um curso de idiomas pouco conhecido custar R$ 2.779,38 (nossa! até centavos!!!)?
Se você acha que isso é #ofertafake, pensa como eu. Se acha normal, depois te mando o telefone do Papai Noel e o e-mail do Coelhinho da Páscoa, tá?
Bom, os sistemas de Compra Coletiva partem de um princípio básico do comércio, o do VOLUME, ou seja, se alguém (no caso várias pessoas) compra um volume muito acima do normal, dependendo do produto eu posso dar um bom desconto, reduzindo minha margem de lucro unitário ao mínimo.
Isso é usado na indústria à séculos, a diferença é que na Compra Coletiva, ao invés de um único comprador, temos dezenas, centenas e até milhares.
Mas no Brasil tinha que ter a influência da “Lei de Gérson”, né?
Não basta dar o desconto real, tem que “maquiar” a oferta para poder ter aqueles percentuais de desconto que chamam a atenção! 60%, 70%, 85% e até, INACREDITÁVEIS 98%…
Mas quem consegue dar tais descontos?
Claro que produtos não tem esse desconto todo, só SERVIÇOS, pois as margens são maiores e como não há tantos custos diretos (matéria prima, transporte, impostos, etc…) você pode até vender com PREJUÍZO para atrair o cliente ao seu estabelecimento.
Até acredito que possa acontecer de uma empresa vender com prejuízo real determinado produto por questões de marketing ou até porque esse produto “puxe” outras vendas (quase casadas) como no caso de um jantar que – necessariamente – deve ser acompanhado de um bom vinho, então você pode dar 98% de desconto no prato, pois vai ter 300% de lucro no vinho, então uma coisa acaba justificando a outra…
Vender com PREJUÍZO ou margens mínimas eu não acho que seja picaretagem, mas o que algumas empresas tem feito é diferente.
Eles pegam um serviço que custa, por exemplo, R$ 100,00 daí anuncia como se ele custasse R$ 765,00 e depois vem o fantástico “desconto” de 87% – preço final: R$ 99,45 ( ou seja, 0,55% de DESCONTO REAL).
Além de ser um atentado a minha inteligência, salvo outra interpretação mais embasada, isso é propaganda enganosa, má fé e outros adjetivos que não posso escrever (afinal, pode ter crianças lendo).
O sistema de Compra Coletiva é interessante para todos, compradores, vendedores e intermediários, mas há que se ter um mínimo de honestidade, um mínimo de lealdade e um pouquinho de ética.
Voltarei a falar desse tema em breve, aguardem!
Enquanto isso, usem o hashtag #ofertafake para denunciar casos similares, quem sabe assim o “mercado” se comporta melhor.