O bullyng tem sido matéria de muita preocupação na escola que vem tomado várias atitudes para contê-lo, pois afeta diretamente a saúde física e, particularmente, mental da criança e do jovem adolescente que por ele é atingido. Mas estamos completamente enganados se pensamos que é só nesse ambiente que se manifesta. A empresa também muitas vezes sofre dessa doença e é fato que ao invés de mera brincadeira tem se tornado um desafio sério para ser combatido pelos gestores e lideranças.
O que é o tal do bullying e, em particular, o empresarial? A palavra é de origem inglesa e significa valentão e um dos primeiros estudiosos é o cientista norueguês Dan Owelus. Pode ser definido como o conjunto de atitudes agressivas intencionais, repetitivas e sem razão aparente cometida por uma pessoa ou por todo o grupo e causa sofrimento ao outro. O bullying mascara subliminarmente ou de forma evidente um indesejado pelo diferente, inovador, pela quebra de paradigma. São aquelas piadinhas vulgares como “fulano de tal está sem telhado (para os calvos)”, “aquela dá mais que chuchu na cerca” ou mesmo como nós já presenciamos, alguém se referir a uma moça que tinha colocado silicone que “agora ela estava turbinada”. Mas ainda tem o “negrão do departamento”, “é um judeu para abrir aquela mão”, “não mexe com a sicrana se não ela já põe seu nome na encruzilhada porque é de religião”.
Insultar, acusar sistematicamente de não servir para nada, interferir com propriedade pessoal em livros, roupas e espalhar rumores negativos de quem for é bullying. Compromete todos os princípios da Cooperação que é fundamental numa organização que deseja ter grupos empreendedoristas. Parafraseando Obama – “Chegou o momento de o mundo avançar numa nova direção. Devemos iniciar uma nova Era de Cooperação, baseada no interesse mútuo e no respeito mútuo”.
Colocar uma pessoa em situação problemática com alguém, geralmente, em condição hierárquica superior ou conseguir uma ação disciplinar contra essa pessoa naquilo que não cometeu ou que foi exagerado, atinge o negócio todo da empresa e, particularmente, polui a combustão interna de uma gestão de pessoas focada na ética.
A nosso ver são quatro os pilares da inovação empreendedorista:
1. A não-proliferação da violência – seja ela verbal ou gestual
2. A promoção da paz
3. A recuperação do sentido da vida
4. A preservação do Planeta
Conforme o guru da Gestão Motivacional Samuel Smiles (1812-1904), “o espírito de auto-ajuda é a raiz de todo crescimento individual que se preze e, presente na vida de muitos, constitui a verdadeira fonte de força e vigor”.
Uma organização baseada na chantagem, em expressões ameaçadoras, no autoritarismo de um sobre o outro, em comentários depreciativos sobre a família, sobre o local de moradia de alguém, da orientação sexual, religião, etnia, ao invés de aproximar, vão afastar a capacidade que as pessoas tem de contribuir na fonte para a qualidade da produção, do compromisso com o melhor, do sucesso frente as adversidades, pelas diversidades. Corrija, seja pontual, cuide e se cuide para que cada um possa manifestar e ter liberdade para ser cada um. A empresa inovadora é aquela que combina a inventividade com foco no desenvolvimento de suas “gentes”, tanto no que diz respeito aos aspectos pessoais, bem como aos profissionais, por meio do trabalho.
Autor: Paulo Ricardo Silva Ferreira – Educador Facilitador. Presidente do Instituto Eckart Desenvolvimento Humano e Organizacional. Doutorando em Ciências Empresariais pela Universidade de Leon/Espanha, administrador de empresas, curso de psicologia, pós-graduado em administração hospitalar.
Redator: Sander Machado – Profissional de comunicação, redator. Coordenador do Núcleo Celebração do Instituto Eckart. Diretor Criativo da ILê Comunicação.