Outro dia numa dessas belas manhãs de consultoria, nós fazíamos grupos focais em uma empresa e de algum modo surgiu a tona os envios dos e-mails. Nessa conversa descobrimos que alguns não tinham a menor noção de que existe uma ferramenta que se chama cópia oculta. A pergunta em questão e mais séria não é se essa pessoa sabe ou não todas as possibilidades da tecnologia, mas com quem ela aprendeu aquilo e como aprendeu?
Os exemplos não param por aqui, tanto em empresas de pequeno, médio e grande porte cada um vai se virando como pode para aprender. É a secretária que está entrando e tem umas dicas da outra secretária que está saindo, a recepcionista do hotel onde ficamos que estava obtendo conhecimento do carregador de malas de como se passava o cartão de crédito. Sem falar de departamentos como financeiro, TI, atividades de risco e técnicos de “n” segmentos aonde os novos vão obtendo conhecimento nos tempos vagos de alguém indicado pelo gestor. Quer dizer, conforme o acúmulo de tarefas até o guia pode mudar, não fica muito difícil de concluir que até o guia é na maioria das vezes improvisado, não foi preparado para a função.
Falta Andragogia nas empresas. Um instante, isso não é nome feio, nem ofensa, explicamos. A Andragogia significa “ensino para adultos”. Um caminho educacional que busca compreender o adulto a partir de todos os seus componentes humanos, e decidir como um ente psicológico, biológico e social. Realmente existe na educação de adultos entendimentos diferenciados da educação que crianças que em grande parte ainda utiliza métodos pedagógicos. A Andragogia realça principalmente que os adultos são portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens. Em numerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens (Malcom Knowles).
Eduard Lindeman, em “The Meaning of Adult Education” (1926), identificou, pelo menos, cinco razões e que com o tempo foram pesquisadas e nos dias de hoje são básicas para ensinar-se adultos:
1. Adultos são motivados a aprender na medida em que experimentam que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Esse é um ponto importantíssimo para se obter sucesso e não se desenvolver frustrações, bem como, barreiras no próprio ciclo de conhecimento.
2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida. Desta forma organize os programas englobando nas situações do seu dia a dia e não por disciplinas.
3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender. Uma metodologia que mescla a analise da teoria com a prática sempre será mais eficaz.
4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos. O papel do educador é instigar a investigação e estimular a percepção, não se resume apenas em transmitir conhecimento.
5. As diferenças individuais entre pessoas crescem com a idade. Mais do que nunca e principalmente aqui, cada pessoa é um SER.
A Andragogia na gestão e educação corporativa de pessoas faz empresas mais competitivas, mas não apenas isso, faz empresas plenas. Porque dar e receber conhecimento com intuito de tornar o saber um encanto é desenvolvimento humano continuado, é mudar a realidade (história combinada entre o meu mundo e o meu cérebro), é servir é amar ao próximo.
Autor: Paulo Ricardo Silva Ferreira – Educador Facilitador. Presidente do Instituto Eckart Desenvolvimento Humano e Organizacional. Doutorando em Ciências Empresariais pela Universidade de Leon/Espanha, administrador de empresas, curso de psicologia, pós-graduado em administração hospitalar.
Redator: Sander Machado – Profissional de comunicação, redator. Coordenador do Núcleo Celebração do Instituto Eckart. Diretor Criativo da ILê Comunicação.