Começando pelo básico, o que é Visual Law? De maneira simples sem ser simplista, são um conjunto de ferramentas visuais que auxiliam em petições e processos jurídicos a compreensão dos fatos ali exarados.
No conjunto destas ferramentas, temos vídeos, infográficos, fluxogramas, storyboards, ícones, além de técnicas de acesso aos vídeos como qr code.
E, no bojo do dia a dia, pra qual realidade jurídica serve tudo isto?
Tem aplicação em qualquer processo judicial/administrativo ou até mesmo fora dele para torna-los mais claros e precisos. Alguns exemplos práticos:
Direito de família, usar um storyboard (quadro de histórias) para demonstrar fatos ao longo do tempo – onde também poderia ser usado infográficos;
Direito do consumidor, utilizar vídeos para demonstrar o quanto a propaganda ou situação foi enganosa;
Memorais, utilizando um qr code para apontar a um vídeo não listado no Youtube onde se explicite de maneira simples e objetiva algo mais complexo.
Há inúmeras outras possibilidades, conforme o dia a dia do advogado. Entretanto, há várias críticas ao Visual Law, como se ele fosse transformar o direito em algo menor, em um bê a bá em que não fosse necessário um advogado.
Para trazer a baila este debate, lanço minha opinião sobre isto de forma sucinta:
Um advogado não é medido pelo grau de complexidade em que fala ou se expressa. O juridiquês não serve ao propósito master da advocacia que é administrar o direito, ou seja, administrar para o múnus público da profissão que é informar o direito a sociedade.
Um advogado através de um processo judicial, administrativo ou fora dos autos quer exercer o direito do seu cliente, de forma clara, precisa e que dê o convencimento deste direito pedido, portanto, torna-lo inteligível não é um problema, mas sim um auxílio a todos que participam do processo.
O advogado não se torna menos advogado quando busca técnicas e usa tecnologia para exercer o seu ofício. Não basta copiar e colar e usar visual law. Para ser efetiva uma técnica como esta é necessário compreender tão bem da causa que possa simplifica-la para ser mais fácil ainda de perceber o direito pleiteado.
A advocacia, como partícipe do judiciário, precisa compreender os ventos deste para acompanhar e continuar sendo relevante as necessidades do cliente. Quer se goste ou não, cada vez temos mais processos, eles são separados e pré-julgados por algoritmos e se ao exercermos uma técnica de simplicidade sem ser simplista ou perdendo conceitos, pudermos justamente diferenciar o nosso pleito de outros tantos tidos como iguais, estamos atingindo nossos objetivos.
Sem falar que a técnica já vem amplamente sendo adotada pelo judiciário como um todo, quer dizer, estar neste barco também é tornar-se mais claro a ele.
Em resumo, o difícil mesmo é ser simples, pois precisa ter conhecimento de tudo que está sendo dito para ser conciso, claro e entregar o que se quer coma demanda.
Por estas razões, as técnicas de visual law podem conviver com o direito como ferramenta, assim como processo eletrônico, inteligência artificial, robôs, softwares e tantos outros são ferramentas para auxiliar o pensar crítico, verdadeiro e profundo da advocacia.
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