Nos últimos dois anos, o mercado digital passou por uma transformação significativa. A transição para o e-commerce era anteriormente considerada lenta e árdua, mas a pandemia e o fechamento de lojas físicas expandiram os horizontes dos varejistas, e vender online agora é mais do que uma opção.
Um relatório da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCoom) mostra que a previsão para o e-commerce em 2023 é um crescimento de R$ 185,7 bilhões. Isso representa um aumento significativo em relação ao ano anterior.
Erivelton Cabral, CEO da Weethub, uma assessoria especializada em e-commerces, alerta sobre a importância deste momento para os varejistas online. “O que está acontecendo é uma mudança drástica no comportamento de compra do consumidor. Comprar em lojas online, marketplaces ou até mesmo via WhatsApp é acessível e confortável para qualquer público. Os varejistas, especialmente no setor de varejo físico, precisam se adaptar a este novo modelo de comércio se quiserem se destacar”, aponta.
Os varejistas precisam estar cientes das novas tecnologias
A internet não é mais um obstáculo para os consumidores, pelo contrário, ela expandiu as opções de compra e o poder de escolha. Assim, qualquer segmento de mercado pode construir uma história de sucesso no e-commerce. As tendências de e-commerce para 2023 não são muito diferentes dos anos anteriores, mas vale lembrar que o mercado digital não para e os varejistas precisam se reinventar com frequência.
Para Erivelton, o avanço tecnológico será um fator essencial para o crescimento do e-commerce nos próximos anos. “Não há freio para o que a internet pode fazer e como ela está presente na vida das pessoas. Já temos inteligência artificial construindo imagens e textos realistas, do mais simples ao mais complexo. Estamos diante da revolução do século, e isso afetará o mercado, o comportamento de compra e até mesmo as demandas do consumidor. Para os varejistas, a única saída é adaptar seus negócios a todos esses avanços”, diz Erivelton.
Além disso, alguns setores que ganharam força durante a pandemia continuam crescendo e dominando o mercado digital. Os varejistas devem estar atentos às oportunidades em 2023:
Moda e Vestuário
Crescendo constantemente desde 2021, o setor de moda é um dos mais populares no varejo online. Impulsionado pelas principais tendências nas plataformas de mídia social como Instagram e Tik Tok, vários estilos e segmentos de roupas ganharam destaque.
No entanto, há um sentimento coletivo de que, devido ao grande número de lojas abertas nos últimos anos, esse nicho está “saturado”.
O setor de moda cresceu significativamente desde o início da pandemia. Se antes o poder de vender pertencia a grandes marcas de fast-fashion, hoje, pequenas e médias empresas também constroem histórias de sucesso nesse segmento.
Mas, em contrapartida, à medida que mais lojas abrem, a concorrência aumenta, e esse é um movimento comum do mercado. Isso aconteceu no varejo físico e também acontecerá online.
O fato é que o mercado está saturado para os varejistas que propõem fazer mais do mesmo ou seguir o fluxo e fazer o que todos os outros estão fazendo.
Petshop
A venda de produtos para animais de estimação está diretamente ligada à autoridade e força da marca no mercado. Assim como no segmento de moda, existem grandes distribuidores que alcançam todo o país, mas isso não é um obstáculo para construir um negócio online de sucesso.
O Brasil tem a terceira maior população de animais de estimação do mundo. Somente no primeiro trimestre de 2022, esse nicho alcançou uma alta de 12,6%, o equivalente a cerca de R$ 39,6 bilhões.
Assim como em outros setores do varejo online, o produto sozinho não é suficiente para uma decisão de compra e o varejista que tem um negócio físico e vai começar a vender online precisa trabalhar constantemente no reforço da sua marca, aproveitando o engajamento nas redes sociais.
O varejo online vem se consolidando cada vez mais como um dos principais meios de comércio. Em 2022, o setor registrou um aumento de 40% nas vendas em relação ao ano anterior, impulsionado pelo isolamento social causado pela pandemia de COVID-19.
Com a chegada de 2023, os especialistas da Weethub afirmam que o varejo online deve se consolidar ainda mais, tornando-se cada vez mais competitivo e exigindo dos lojistas novas estratégias para se destacar no mercado.
Fitness e Casa e Decoração
Dois nichos que vêm se destacando bastante são o Fitness e Casa e Decoração. O primeiro é impulsionado pelo aumento da preocupação com a saúde e bem-estar físico, principalmente entre os jovens.
Produtos como roupas, calçados, acessórios e equipamentos voltados para exercícios físicos têm uma procura mais funcional do que emotiva, mas ainda assim há espaço para trabalhar o desejo do consumidor.
Já o segmento de Casa e Decoração, que já vinha crescendo nos últimos anos, ganhou ainda mais força durante a pandemia, já que as pessoas passaram mais tempo em casa e buscaram investir no conforto e beleza do lar.
Itens de decoração em geral possuem uma demanda mais constante e não dependem tanto de sazonalidades, mas é importante criar desejo nos consumidores para que eles se sintam motivados a fazer compras nesse segmento.
Para os lojistas que buscam sucesso em vendas e faturamento, é fundamental investir em boas parcerias de marketing e participar de trends populares. Além disso, é preciso trabalhar na construção de uma marca forte e no engajamento com os consumidores por meio de redes sociais, blogs e canais de vídeo.
Ainda assim, é importante lembrar que o mercado está cada vez mais competitivo e saturado, e que apenas ter bons produtos não é o suficiente para garantir o sucesso no varejo online. O varejista precisa se destacar em uma nova era do mercado e, para isso, deve calcular seus passos com cuidado e confiar na própria expertise.
O ano de 2023 é uma oportunidade para os varejistas que buscam sucesso em vendas e faturamento. Aqueles que se prepararem adequadamente e se adaptarem às tendências do mercado terão grandes chances de obter sucesso nessa nova era do varejo online.