O Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente em 8 de março, tem sua origem diretamente relacionada às lutas das mulheres por direitos trabalhistas, igualdade salarial, condições dignas de trabalho, equidade, respeito e participação política.
A data foi oficialmente reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975 e, desde então, não apenas o dia oito, mas todo o mês de março passou a ser um marco global de reflexão sobre os direitos das mulheres, celebração das conquistas e reforço da luta por igualdade de gênero.
No Brasil, o Censo Escolar 2023 mostrou que dos 2,4 milhões de docentes da educação básica, 1,9 milhão são mulheres, ou seja, 79,5%. O levantamento também apontou que as diretoras ocupam 81,6% dos cargos de direção, são cerca de 117 mil mulheres entre os 144 mil gestores.
Thalia Fernandes, pedagoga e especialista da plataforma de aprendizagem Jovens Gênios, lembra que a inserção massiva das mulheres na educação foi resultado de diversos fatores históricos e sociais. “Durante muito tempo, o acesso à educação formal foi privilégio dos homens, enquanto as mulheres eram confinadas ao espaço doméstico”.
De acordo com a pedagoga, foi a partir do crescimento dos sistemas educacionais, no final do século XIX e início do século XX, e a consequente demanda por professores que fez com que as mulheres começassem a ocupar este espaço. “O magistério era visto como uma extensão do papel tradicional da mulher no cuidado e na transmissão de valores, e muitas foram incentivadas a ingressar nessa profissão”.
“A baixa remuneração dos professores e a falta de prestígio da carreira afastavam os homens, consolidando o magistério como uma profissão predominantemente feminina. No entanto, a predominância feminina na educação também reflete estereótipos de gênero que associam as mulheres ao cuidado e à docência”, evidencia a especialista.
Para Fernandes, outros fatores também ajudaram a catapultar a conquista deste espaço pelas mulheres, dentre eles a luta por igualdade de oportunidades, que se intensificou no século XX. O Movimento Sufragista, que se iniciou no final do século XIX, foi um grande e importante responsável por esse cenário, reivindicando direitos como voto, educação e trabalho digno.
Educação como oportunidade e caminho de possibilidades
Segundo o Censo Escolar, meninas representam 49,4% das 47,3 milhões de matrículas na educação básica no Brasil. O índice corresponde a 23,4 milhões de matrículas. O levantamento indicou que as meninas são 50,9% dos alunos matriculados no Ensino Médio, o que corresponde à 3,9 milhões de estudantes do sexo feminino. Na Educação Profissional e Tecnológica (EPT), também há uma predominância feminina com 57,9% das matrículas, relativo a 1,3 milhões de alunas. Na Educação de Jovens e Adultos (EJA), elas também são maioria, com 1,3 milhões, o número é correspondente a 51,9% do total de matrículas no segmento.
A pedagoga afirma que, embora essa representação seja positiva em muitos aspectos, ela também revela desafios. “As mulheres ainda enfrentam disparidades salariais, sobrecarga de trabalho e falta de reconhecimento em cargos de liderança. Neste mês da mulher, celebramos suas conquistas, mas também refletimos sobre os desafios que ainda precisam ser superados”, ressalta.
“A educação sempre foi um campo de empoderamento para as mulheres. Além de ser uma ferramenta para o desenvolvimento intelectual, ela permite que as mulheres conquistem autonomia financeira e social”, afirma Fernandes.
Mulheres são a própria história da educação
Ao longo da história da educação brasileira, diversas mulheres desempenharam papéis fundamentais na construção e transformação do ensino no país, seja na criação de metodologias inovadoras, na defesa de uma educação antirracista ou na ampliação do acesso às oportunidades educacionais.
A pedagoga e especialista da plataforma de aprendizagem Jovens Gênios lista alguns nomes de destaque:
Maria Montessori (1870-1952): Médica e educadora italiana, Montessori desenvolveu um método pedagógico que prioriza a autonomia e o desenvolvimento natural das crianças. Sua abordagem, conhecida como Método Montessori, é utilizada em escolas ao redor do mundo e valoriza o respeito às individualidades e ao ritmo de aprendizagem de cada aluno;
Djamila Ribeiro (1980-): Filósofa, escritora e ativista brasileira, é uma das vozes mais influentes na luta por uma educação antirracista e inclusiva. Em obras como “Pequeno Manual Antirracista” e “Lugar de Fala”, ela discute a importância de desconstruir estereótipos e promover a equidade racial no ambiente educacional;
Conceição Evaristo (1946-): Escritora e professora, é uma das principais representantes da literatura negra no Brasil. Sua obra “Ponciá Vicêncio” aborda temas como identidade, ancestralidade e resistência, oferecendo um olhar sobre as experiências das mulheres negras no Brasil;
Ruth Rocha (1931-) – Autora de mais de 200 livros infantis, é uma das maiores referências da literatura infantil no Brasil. Sua obra “Marcelo, Marmelo, Martelo” é um clássico entre gerações e promove valores como empatia, diversidade e criatividade.
Jovens Gênios: liderança feminina
A Jovens Gênios possui times majoritariamente femininos e uma cultura que busca valorizar a diversidade e a inclusão. A empresa deseja se destacar no mercado educacional, não apenas pelo seu impacto, mas também por criar um ambiente onde as mulheres possam crescer e liderar através de projetos de incentivo, desenvolvimento profissional, capacitações e programas de liderança.
Entre os cargos ocupados por mulheres na Jovens Gênios estão posições estratégicas e de gestão, mostrando que é possível equilibrar a predominância feminina na base com representatividade no topo.
Fernandes afirma que a educação é, e continuará sendo, um espaço de luta, resistência e esperança para as mulheres. “O papel das mulheres na educação é indiscutível e transformador. Desde as pioneiras que desafiaram normas sociais até as educadoras contemporâneas que lutam por uma sociedade mais justa e igualitária, as mulheres têm sido agentes fundamentais na construção de um mundo mais diverso e equânime”.
Para mais informações, basta acessar: jovensgenios.com/