Vale a pena ter veículo próprio? Entenda os custos

Vale a pena ter veículo próprio? Entenda os custos

Os carros são representados há bastante tempo como um símbolo de liberdade e comodidade. Ultimamente, no entanto, tem sido grande a contestação aos benefícios que os carros podem trazer a nível pessoal ou social. 

Às questões do impacto ambiental e dos problemas de mobilidade urbana, veio se somar a atual carestia dos combustíveis. Isso para não falar dos custos normais de se ter um veículo, como o valor de aquisição, impostos, revisões, documentos, etc.

É considerando estes fatores que muitos se perguntam: afinal, será que ainda vale a pena ter um veículo próprio? Leia o artigo e entenda.

Afinal, quanto custa ter um carro próprio?

Para a maioria dos brasileiros, adquirir e manter um carro certamente sai caro. Os valores que compõem esse custo, no entanto, são muitos e variam conforme o perfil do usuário, o modelo escolhido, a região em que é usado, entre outros fatores. É preciso avaliá-los cuidadosamente e decidir se, para você, ter um carro próprio vale a pena ou não.

Aquisição de um veículo

Para começo de conversa, é preciso considerar o custo de aquisição de um veículo, que pode variar bastante. 

Modelos mais recentes e mais bem equipados costumam ter um custo mais alto. Enquanto modelos mais antigos e com acessórios mais simples têm um custo menor.

Em média, carros populares 0 km saem por um valor acima de R$ 40.000, podendo ultrapassar os R$ 100.000. E olha que o Brasil tem passado por uma considerável inflação no setor automotivo. Em junho de 2021, segundo a Kelley Blue Book Brasil, o modelo 0 km mais barato era o Fiat Mobi, com preços a partir de R$ 44.000, sendo que em janeiro do mesmo ano o preço mínimo era de R$ 38.000. Aumentos semelhantes têm sido verificados entre os carros usados e seminovos.

O custo de aquisição também vai depender da forma de pagamento utilizada. O financiamento é uma boa opção para quem não pode ou não quer pagar à vista, mas ele aumenta o custo da operação, além de ser necessária organização e disciplina para não entrar em dívidas

Ainda assim, os financiamentos têm se tornado mais atrativos, com as taxas de juros caindo (a menor taxa praticada é de 0,48% ao mês) e o número de negócios nessa categoria aumentando.

Outra opção para quem já deseja também adquirir um veículo é através de um empréstimo. Com diversas modalidades disponíveis, é possível encontrar aquela que se adeque à sua necessidade. Contudo, vale sempre ficar de olho nas taxas de juros praticadas.

Mas a aquisição também traz outras despesas para o consumidor, como emplacamento e registro de documentos, além do processo para tirar a carteira de habilitação, caso ainda não a tenha.

Custos de manutenção

Depois da aquisição do veículo, o consumidor passa a ter outros custos, que também podem ser bem salgados. O combustível é um dos principais, sendo que a tendência recente é de alta significativa no preço deste recurso.

Para saber quanto será gasto de combustível, considere o consumo do veículo por km rodado, o tipo de combustível (se gasolina ou diesel, por exemplo), quantos quilômetros você vai rodar, em que tipo de terreno vai rodar (nas cidades o consumo de combustível é menor que nas estradas, por exemplo).

Outros custos a se considerar são:

  • IPVA
  • Seguro auto
  • Licenciamento
  • Revisões
  • Estacionamento
  • Lavagem
  • Consertos
  • Lubrificante, bateria e outras peças

Desvalorização e custo de oportunidade

Por fim, cabe destacar outros dois elementos que também representam uma perda financeira para os proprietários. A desvalorização incide sobre o valor investido na aquisição com a passagem do tempo e costuma ser mais intensa após o primeiro ano de uso. Ela também aumenta conforme alguns fatores: se o carro é importado, se é utilitário, se passou por muitos concertos, se tem poucos acessórios, etc.

O custo de oportunidade diz respeito ao dinheiro que se perde por optar comprar o carro em vez de aplicar em outro bem ou investimento. A melhor forma de calculá-lo é usar a taxa Selic, que é referência para a rentabilidade de modo geral na economia, descontada da inflação.

Como saber quando vale a pena carro próprio?

Esses custos, como dissemos, vão variar conforme o perfil do consumidor. Portanto, é preciso avaliá-los em relação às suas preferências e necessidades, lembrando que não se deve usar apenas critérios financeiros aqui.

Financeiramente falando, ter e manter um veículo próprio se mostrará vantajoso caso você tenha uma renda compatível com os gastos e se não puder aplicar o dinheiro em bens e investimentos mais vantajosos.

Avalie sua necessidade

Antes de tomar a decisão de comprar um veículo, é preciso avaliar se ele realmente atenderá às suas necessidades. 

Se você costuma se deslocar todos os dias até o local de trabalho, certamente um carro será útil, além de ser mais confortável que o transporte público, por exemplo. Do contrário, talvez as opções que listaremos mais adiante sejam mais interessantes.

Outro bom motivo para adquirir o veículo é se você for fazer um uso produtivo dele, como rodar de motorista de aplicativo ou alugar. Nesse caso, os ganhos com o veículo compensarão os custos, pelo menos em parte.

Por fim, cabe destacar que os benefícios emocionais que o carro pode trazer, e que são difíceis de mensurar, também devem ser considerados. Além do conforto, o usuário pode desfrutar da beleza, do status, da raridade do modelo, etc.

Compare outras opções

Outras opções de locomoção podem ser mais vantajosas que o veículo próprio. Se você costuma percorrer pequenas distâncias ou não sai de casa todos os dias, o transporte público, o transporte por aplicativo ou até a bicicleta podem ser melhores. Essa última, inclusive, traz benefícios à saúde ao promover a atividade física.

Uma opção que vem sendo cada vez mais utilizada é o aluguel de carros, que pode durar desde algumas horas até meses. Se você vai usar o carro apenas em situações pontuais, como viagens de férias, talvez o aluguel seja mais vantajoso.

Colocando na ponta do lápis

Como você pôde ver, são muitos os fatores a se levar em consideração nessa situação. É preciso quebrar um pouco a cabeça pesquisando por valores, pesando prós e contras e colocando tudo no papel, para entender, enfim, se vale a pena adquirir um veículo.

Além disso, sempre busque otimizar as formas de pagamento para todos os custos com o veículo. Atualmente é possível ter descontos em seguradoras ou redes de abastecimento ao usar o cartão de crédito, por exemplo.