Não é difícil ver na bolsa de valores, empresas de capital aberto vendendo mais ações. A venda de mais ações, por parte das empresas de capital aberto é denominado de follow-on.
Essa espécie de IPO (oferta pública inicial) serve para gerar mais liquidez às ações da empresa listada.
Para os investidores que têm interesse sobre a empresa, o follow-on também representa um momento de entrar na empresa, ou de aumentar sua participação.
Se você busca conhecer mais sobre o follow-on, acompanhe o nosso artigo e descubra se vale a pena participar.
O que é follow-on?
O follow-on é um processo onde a empresa que já é listada na bolsa, vende mais ações ao mercado.
Essa venda é feita por meio do follow-on. Vale destacar que existem duas formas de fazer o follow-on. Uma é por meio da venda direta de mais ações da empresa (oferta primária), ou através da venda de ações de um investidor, (oferta secundária).
Na oferta primária, a empresa vai levantar mais dinheiro uma vez que a mesma vai vender mais ações, já na oferta secundária a empresa não vai receber dinheiro.
Na verdade, quando é feita a oferta secundária, a venda será feita por algum investidor que possui as ações da empresa, e está liquidando as mesmas no mercado.
Desse modo, a liquidez aumenta, uma vez que haverá mais ações da companhia sendo negociadas em bolsa.
No caso da oferta primária de ações, aqueles que já são acionistas, terão sua participação diluída. Para manter a participação, ou aumentar, é necessário entrar no follow-on e adquirir mais ações.
Na oferta secundária, não há alteração na participação dos acionistas, uma vez que as ações a serem negociadas já existem.
Vale destacar que não são só as ações que possuem o follow-on. Fundos imobiliários também contam com a criação de mais cotas.
Tipos de follow-on
Segundo as regras da própria CVM (Comissão de Valores Mobiliários) existem duas formas de follow-on, elas são:
· Através da Instrução CVM 400, onde a oferta é pública, assim todos os investidores têm acesso à oferta. Tanto acionistas quanto novos investidores podem participar de tal oferta. Para conseguir efetuar o processo e fazer o follow-on a empresa precisa estar de acordo com as diretrizes da CVM e B3.
· Através da instrução CVM 476, a oferta se dá para um grupo restrito de investidores. Desse modo, a oferta não estará disponível para todo o mercado, mas sim, aos investidores considerados profissionais.
Bonificação no follow-on
Às vezes, quando acontece o processo de follow-on de uma empresa, os seus acionistas recebem uma espécie de bonificação para exercer e comprar mais ações da empresa.
O direito à subscrição ajuda o acionista a participar do follow-on, uma vez que o valor para comprar mais ações fica menor.
Desse modo, existe uma espécie de incentivo, para que o acionista mantenha sua participação, comprando mais. Ou, aumente sua participação comprando ainda mais ações.
Já os investidores que não são acionistas, se quiserem participar do follow-on, terão que pagar um valor maior para conseguir as ações.
Vantagens
Uma das principais vantagens está na possibilidade de aumentar a participação, ou investir na empresa, aproveitando condições melhores.
No caso daqueles que já são acionistas, o follow-on pode ser acompanhado de uma bonificação por meio da subscrição de ações.
Nesse caso, o acionista recebe os direitos à subscrição, caso seja exercido, o valor para participar é relativamente menor em comparação aos investidores que não possuem o direito à subscrição.
Empresas que fazem o follow-on costumam se tornar mais líquidas na bolsa de valores. Com mais ações sendo negociadas em bolsa, a liquidez aumenta, dando mais facilidade em negociar as ações.
A empresa que faz o follow-on por meio de uma oferta primária se utiliza de tal prática visando o aumento de caixa.
Isso é uma vantagem para os acionistas, uma vez que tal capital é considerado “barato”. Ou seja, a empresa vai conseguir realizar mais investimentos sem que haja aumento de juros e encargos. Normalmente, esses investimentos quando feitos trazem bons retornos a empresa e consequentemente, aos acionistas.
No follow-on de oferta secundária, a redução de um acionista maior pode trazer benefícios aos investidores minoritários.
Uma empresa que possui alguns acionistas maiores pode acabar tendo problemas, caso não haja harmonia entre os sócios. Por isso, a redução de posição de um grande sócio, é vista como algo benéfico.
Desvantagens
Ao fazer o follow-on, através de uma oferta primária, a empresa vai reduzir a participação dos acionistas e lançar mais ações no mercado.
Se o investidor quer manter a mesma participação, terá que participar do follow-on, fato que nem sempre é interessante.
Às vezes o investidor pode ter outros ativos com prioridade para comprar, ou de repente, não há dinheiro para aportar no follow-on. Assim, o lançamento de mais ações pode prejudicar a estratégia do investidor.
Se por um lado, contar com maior liquidez de ações é bom, por outro, não. Mais ações no mercado pode favorecer um aumento das vendas, desse modo, o preço da ação pode despencar, desvalorizando o ativo.
Conclusão
Participar ou não de um follow-on? Participar de um follow-on pode ser interessante, quando o investidor gosta da empresa em questão.
Antes de tudo, o investidor deve ficar atento às condições da oferta. Uma empresa que não está bem, e vem ao mercado na tentativa de levantar mais dinheiro, precisa ser muito assertiva com o dinheiro.
Caso a administração não seja boa, as novas ações provavelmente vão derreter junto às antigas.
Essa análise é importante, porque nem todos os follow-on são bons, ou vão resultar em boas operações.