Com a chegada da Quarta Revolução Industrial, organizações dos mais diferentes portes e setores estão encarando obstáculos de toda ordem para lidar com as novas demandas do consumidor. Isso as leva a se questionarem se conhecem o modelo de negócio na indústria 4.0 ou mesmo se estão aptas para tirar o máximo proveito dessas mudanças.
Atualmente, os formatos de negócios mais bem-sucedidos, em termos de valor para o cliente, crescimento de receita e avaliação de mercado, são baseados em plataformas digitais. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, 70% das 10 empresas mais valiosas do mundo e 70% das startups “unicórnio” operam esse modelo.
Por conta desta tendência, líderes de todos os setores estão investindo cada vez mais no digital, tanto para acompanhar as necessidades do cliente, quanto para se manter relevante diante da concorrência.
Para facilitar e orientar as empresas, os especialistas do Fórum Econômico Mundial estabeleceram 10 etapas para que a transformação digital alcance os objetivos corporativos:
- Entendimento sobre o que significa “transformação digital”
Muitas lideranças ainda não compreendem o que significa se transformar digitalmente. Se acontecer o que previsões demonstram, que as plataformas mediarão 30% da atividade econômica global até 2030, é imprescindível que todos entendam o seu funcionamento. Por isso, a necessidade de uma reeducação rápida dos líderes para lidar com os seus negócios no futuro.
- Integração das estratégias corporativa e digital
Com os controladores tendo completa noção das novas oportunidades e ameaças com o desenvolvimento tecnológico, é possível incluir a mentalidade de integração da tecnologia com a estratégia de crescimento corporativo. Porém, essa ação exige um trabalho criterioso e comunicação com os acionistas.
- Investimentos com assertividade
As empresas precisam investir em modelos de negócios que ofereçam melhor valor para todas as partes interessadas. Hoje, a maioria das organizações trabalha com experimentos digitais e investimentos de longo alcance. A realocação de capital é o melhor meio de tornar a estratégia realidade.
- Elaboração de um portfólio colaborativo
Para chegar no auge, as corporações mais bem-sucedidas do mundo desenvolveram um sistema integrado de seu portfólio, com todos os aspectos dos seus negócios servindo de apoio, reforço e complementação uns dos outros.
- Redefinição de propósito
Os modelos de negócios baseados em plataformas digitais permitem que as empresas atendam ao consumidor, sem investir em ativos tradicionais. Na realidade, essas organizações se concentram em facilitar a interação entre várias partes. Por exemplo, o Airbnb não possui casas. A proposta é mudar o alvo potencial para agregar valor ao cliente.
- Adaptação do negócio
Muitas empresas têm medo de que os seus negócios sejam “engolidos” pelas plataformas digitais. No entanto, essa fase é uma oportunidade para a criação de uma estrutura capaz de aumentar a receita e até inovar a organização.
- Incorporação de tecnologias
Um dos objetivos da transformação digital é agilizar e facilitar a tomada de decisões operacionais por meio do uso de máquinas. Por isso, as companhias atualizadas sobre as necessidades atuais dos mercados estão procurando incorporar softwares, análise de dados e inteligência artificial em seus negócios para conseguirem direcionar os colaboradores para atuações com foco estratégico.
- Construção de métricas
Muitas vezes, as empresas se concentram em medir o sucesso do seu modelo de negócios atual, mas não em criar novas formas de operar. Por isso, é fundamental que todas entendam que as formas de avaliação de resultados são diferentes dos modelos tradicionais.
- Otimização de sistemas obsoletos
Existem barreiras culturais, estruturas organizacionais arraigadas e métricas inadequadas. Para especialistas, enquanto o negócio principal está sendo otimizado, o ideal é que as empresas invistam em uma unidade de negócios separada para a criação de novos modelos, com novas métricas e talentos.
- Criação de ambientes digitais em áreas estratégicas
Essa etapa deve ser construída em paralelo com as demais e consiste no aproveitamento de novas oportunidades de mercado por meio de joint-ventures. Uma estrutura de JV baseada em ações pode alavancar ativos, gerando oportunidades estrategicamente significativas.
*Fábio Lima é consultor e mentor de empresários e executivos, especialista em gestão empresarial. CEO da LCC – Light Consulting e Coaching.