O debate sobre a gestão de benefícios vem ganhando cada vez mais espaço nas empresas. A ausência de incentivos ou a falta de alinhamento entre o que é oferecido e os interesses dos funcionários podem contribuir para o aumento da rotatividade. Para realizar a retenção de talentos, a tendência é que os empregadores invistam em benefícios que contribuam para a valorização do profissional.
Segundo pesquisa realizada pela consultoria Robert Half, os benefícios mais desejados pelos trabalhadores são assistência médica, vale-refeição, cartão auxílio alimentação, assistência odontológica e plano de previdência. Porém, o levantamento identificou que os itens listados não correspondem ao que é ofertado por grande parte das organizações.
Outro estudo, recém-lançado pela Robert Half, revelou que 81% dos colaboradores gostariam de escolher os benefícios a que teriam direito. O descompasso em relação às necessidades dos funcionários e a oferta das empresas acende um alerta em relação à motivação no ambiente de trabalho.
De acordo com a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), o mercado precisa atender às necessidades e visões dos profissionais. Dessa forma, cabe às empresas compreenderem tais interesses e se esforçarem para garantir benefícios corporativos que foquem no bem-estar e na saúde de funcionários e familiares.
Nesse contexto, acompanhar as mudanças do mercado de trabalho e seguir algumas dicas podem ajudar no trabalho de gestão de benefícios, facilitando a escolha daqueles que melhor atendam ao perfil dos trabalhadores.
Entenda a preferência dos colaboradores
A primeira orientação para uma gestão de benefícios eficiente é conhecer a demanda dos funcionários. Para isso, o setor de RH pode aplicar pesquisas para mapear a
satisfação, as necessidades e as preferências de cada um dos colaboradores.
O feedback do time serve como guia para direcionar o gestor na escolha de incentivos úteis aos empregados. Além disso, garante um bom clima organizacional.
Invista no bem-estar da equipe
A recomendação é que, independente da definição dos benefícios, a garantia de bem-estar e qualidade de vida dos funcionários seja sempre considerada.
O profissional, quando bem amparado, tende a ser mais produtivo no trabalho. Entre os benefícios que podem promover o bem-estar da equipe estão vale-alimentação, gympass, planos de apoio à saúde mental e flexibilidade de horários.
Ofereça flexibilidade
Os modelos de trabalho híbrido e home office experimentados durante a pandemia da Covid-19 possibilitaram que os funcionários tivessem maior liberdade e controle dos seus horários. A tendência ainda se mantém popular e é considerada por muitos como uma forma de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
Pesquisa realizada pelo PageGroup, em 2023, apontou que a maioria dos entrevistados (75%) tem o regime híbrido como preferido, devido à maior flexibilidade oferecida pela modalidade.
Nesse sentido, empresas que oferecem versatilidade aos seus funcionários podem manter-se mais competitivas no mercado, tornando-se mais atrativas para a captação e a retenção de talentos.
Personalização
Outra forma de garantir flexibilidade é através da personalização dos benefícios. Com a diversidade de perfis, opiniões e estilos de vida dos funcionários, pode ser difícil delimitar a oferta. Uma opção é disponibilizar o uso de cartão benefícios customizados, ou seja, o funcionário é quem decide como administrará o saldo disponível.
Dessa forma, é mais fácil atender às preferências individuais, sem prejudicar quem não apresenta as mesmas necessidades. Como, por exemplo, a oferta de auxílio-creche para um empregado que não tem filhos.
Além disso, para se adaptar à realidade dos funcionários, é preciso considerar que as expectativas e os desejos podem mudar conforme o tempo.
Seja transparente na comunicação
O processo de escolha dos benefícios deve ser feito junto aos funcionários, esclarecendo dúvidas e oferecendo orientações. Dessa forma, é aconselhável ser claro na disponibilização das informações sobre o que será ofertado.
Além disso, o gestor de recursos humanos tem o compromisso com as contas da empresa. Dessa forma, os colaboradores devem estar cientes do orçamento disponível para a oferta de benefícios. Uma dica é encontrar o meio-termo entre o que agrada à equipe e, ao mesmo tempo, não ultrapassa o limite de recursos disponíveis.
Faça avaliações do programa de benefícios
O monitoramento dos recursos oferecidos pela empresa pode ajudar a identificar padrões, avaliar a satisfação dos funcionários e compreender falhas na gestão.
Por meio de avaliações periódicas, é possível entender o impacto que os benefícios geram para a empresa e se a medida está trazendo os resultados esperados ou não.
Outro ponto a ser avaliado é a pesquisa sobre o plano de benefícios oferecido pelos concorrentes, que serve de base para aprimorar as propostas e manter o potencial competitivo da organização.