Coordenadora ressalta os malefícios e orienta o corpo docente a trabalhar o tema dentro da sala de aula
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São Paulo, abril de 2024 – Dados do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), em 2021, apontou que mais de 28 mil escolas disseram ter registrado casos de bullying como ameaças ou ofensas verbais. Esse número equivale a 37,8% das mais de 74 mil escolas que responderam a pesquisa. Além disso, o Brasil é o segundo país no mundo com maior incidência de episódios de cyberbullying.
Diante de tamanhos casos, cada vez mais incidentes dentro das escolas, gestores e professores buscam reverter este cenário reforçando ações de conscientização e ressaltando os malefícios dessas práticas. Em meio a desafios sociais e mudanças culturais, a segurança e a inclusão tornaram-se prioridades essenciais nas comunidades escolares e os educadores reconhecem que um ambiente seguro e inclusivo não apenas promove o bem-estar emocional e mental dos alunos, mas também é fundamental para o seu sucesso acadêmico.
Segundo Juliana Ferraz, coordenadora da unidade Granja Viana do Colégio Anglo Leonardo da Vinci, essas ações preventivas devem ser direcionadas não somente ao grupo de alunos, mas aos professores também: “O corpo docente está na linha de frente, em contato com os alunos na maior parte do tempo. Eles precisam saber identificar situações de bullying e intervir quando isso acontecer, declarando para os estudantes como é errado e como isso pode ser negativo para todos. Ainda, é necessário trabalhar o tema em sala de aula, criar projetos, rodas de conversa, debates, pesquisas e dinâmicas que façam com que a turma reflita sobre o assunto”.
Para a coordenadora, um bom caminho também é a aproximação com as famílias, visando trabalhar temas difíceis como esse e proporcionando palestras para falar coletivamente, sem que uma família se sinta desconfortável. “Porém, encontros individuais também são importantes para lidar com os casos, tanto de quem sofre quanto de quem é o agressor, com muito respeito e empatia”, complementa Juliana.
Como identificação para combater atos agressivos nas escolas, alguns pontos precisam ser levados em consideração, como: mudanças no comportamento, problemas de saúde física ou mental, declínio no desempenho acadêmico, isolamento social, relatos indiretos por parte dos alunos e monitoramento das redes sociais.
“Quando falamos de um ambiente seguro, também falamos de inclusão, saber respeitar as diferenças e entender que as pessoas têm necessidades adversas. Trabalhar com os alunos que podemos ser agentes de mudança, que poderão transformar a vida das pessoas, é muito importante. A informação, a conscientização e a educação são os caminhos para tornar o ambiente escolar mais seguro, e a escola tem um papel fundamental nesse processo”, finaliza a coordenadora.