Em uma pesquisa recente do GEJUR demonstrando as principais causas de rotatividade em departamentos jurídicos e escritórios de advocacia nos últimos dois anos (2014 e 2015), temos como resposta dois itens:
- Baixos salários ou benefícios
- Falta de oportunidades
A pesquisa completa você encontra aqui.
Numa análise simplista poderíamos dizer que melhorando valores e dando oportunidades tudo estaria resolvido, não é mesmo?
Só que nem tudo é tão simples assim. E como não podemos deixar de ver os dois lados da moeda, vamos ao lado de quem está liderando a equipe, já que o lado apresentado pela pesquisa cinge-se ao dos colaboradores.
Quanto a baixos salários e benefícios há escritórios que pagam pouco e alguns departamentos, embora a maioria que conheço tenha valores bem razoáveis ou altos para os padrões do mercado.
Não podemos deixar de analisar que se você perguntar para alguém que ganha mil reais por mês e para alguém que ganha dez mil reais por mês se ambos querem aumento, ambos querem aumento e ambos acham que podiam ganhar mais.
Não se trata exclusivamente do valor em si, mas de tarefas agregadas, padrão de vida e principalmente responsabilidade envolvida.
Tem colaborador que não compreende que dentro do valor que ele recebe existem encargos, existe um planejamento orçamentário, existe uma série de fatores envolvidos – inclusive mercado – para que o seu salário seja pago em dia no inicio ou no final de mês.
Obvio que sempre devemos ter padrões bons de valores dentro da profissão, todavia, se você está insatisfeito com o seu salário vá para o mercado, esta é a minha sugestão. Procure outro escritório ou tente carreira solo. No mercado esta resposta será dada logo, logo. Você verá se realmente o valor é pouco, ou sua experiência é pouca, ou ainda se vale a pena tentar escritório sozinho.
Já vi de tudo: Advogado com carreira solo que quer se empregar, advogado que vai e tem sucesso carreira solo, advogado que busca no mercado e percebe claramente que pela experiência e atitudes, está na faixa salarial que recebe e caso em que foi pro mercado e encontrou oportunidades bem melhores. Enfim, tem pra todos os gostos. Mas, o mercado ajuda a balizar isto.
E quanto a falta de oportunidades, que realmente é uma realidade de muitos escritórios e departamentos, duas questões devem ser levantadas:
- Você gera oportunidades ou espera sentado reconhecimento?
- Se não existem oportunidades, a liderança foi clara com você?
Estes pontos tem que ser observados para que a decisão de outro local de trabalho seja frutífera. Se você não busca oportunidades e apenas fica dizendo que quer oportunidades nada irá mudar. Ninguém vai te pegar pelo colo e te dar uma chance, bebê. Se vira. Vai atrás. Não deram chance mesmo assim? Seu lugar é outro.
Agora existem casos em que os líderes alertam, não há vagas, chances e até mesmo oportunidades por um período de tempo ou até mesmo naquela contratação. Se lhe disseram claramente isto e você ainda espera algo, espere também papai noel e coelhinho da páscoa, eles virão.
Ressalto que nem um lado ou outro tem total razão. O que impera é a atitude de quem quer crescer combinado com oportunidades e clareza de quem oferta e encara o mercado.
Rotatividade?
Pode até ser, mas analise sempre se vale a pena. As vezes vale. As vezes não.
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Artigo escrito por Gustavo Rocha
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