Robôs contra o coronavírus: como a tecnologia se tornou uma aliada no combate à pandemia?

Robôs contra o coronavírus: como a tecnologia se tornou uma aliada no combate à pandemia?

Produção de vacinas e medicamentos, testes para verificar casos suspeitos e plataformas virtuais para tirar dúvidas da população são alguns exemplos

Até o dia 15 de junho, a atual pandemia provocada pelo novo coronavírus já havia infectado mais de 7.8 milhões de pessoas e provocado mais de 431 mil mortes em todo o mundo. Considerada a pior crise de saúde registrada no último século, a COVID-19 foi capaz de fechar fronteiras, suspender atividades comerciais e lotar leitos de hospitais em níveis não vistos em décadas.

Entre os desafios que se apresentam, hoje, para a saúde pública no mundo, estão a necessidade de produzir a vacina contra o novo coronavírus e os medicamentos que possam reduzir os sintomas mais graves da doença, tais como intensa falta de ar, baixa oxigenação sanguínea, pneumonia e problemas cardíacos.

Nesse contexto, o uso de inovações tecnológicas se mostra fundamental. Além da Medicina, aparatos tecnológicos vêm sendo empregados para tirar dúvidas da população sobre os sintomas da COVID-19, contabilizar o número de contaminados e de mortos.

Além disso, a tecnologia vem sendo empregada para medir a temperatura de indivíduos, antes que eles adentrem hospitais e supermercados, e ajudar as pessoas a buscarem meios de manter a saúde mental. Confira, abaixo, alguns desses  recursos que vêm se popularizando durante a pandemia.

Resolução de dúvidas

No início do mês de março, o Ministério da Saúde disponibilizou o aplicativo “Coronavírus-SUS”. A partir dele, a população pode tirar dúvidas sobre a COVID-19: sintomas, unidades de saúde próximas à moradia e horários de atendimento, além de meios de prevenção da doença.

Ademais, o software fornece notícias em tempo real e um formulário que avalia o risco de infecção de cada usuário. Além de ter recursos que permitem o uso por pessoas com algum tipo de deficiência, o aplicativo está disponível em inglês e espanhol, para tirar dúvidas de estrangeiros que se encontram em território brasileiro.

Em tempos marcados pela propagação rápida de notícias falsas, as chamadas “fake news”, a iniciativa é importante para garantir a circulação de informações verdadeiras, capazes de impactar positivamente o comportamento dos usuários do aplicativo a fim de tomar precauções que reduzam os riscos de disseminação do vírus.

Atendimento médico virtual

Uma iniciativa vista em diferentes países pelo mundo foi a adoção de plataformas virtuais, permitindo que médicos atendam pessoas que desconfiem haver sido contaminadas pelo novo coronavírus.

A iniciativa possibilita que parte dos médicos — que podem ficar afastados de hospitais e postos de saúde, por pertencerem a grupos de risco — ajude a população a se prevenir contra a contaminação, além de instruírem sobre a combinação de sintomas que pode indicar um contágio.

Testes para vírus

A tecnologia também foi fundamental para criar testes que verifiquem a ocorrência da COVID-19 no organismo humano. Para isso, foi preciso identificar o código genético do novo coronavírus, o que foi feito por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz e da Universidade de São Paulo (USP).

Atualmente, existem dois tipos de testagem para a COVID-19. O primeiro, mais confiável,  especialmente, no início da infecção, é feito a partir de testes moleculares com base nessa identificação genética do novo coronavírus.

O segundo é conhecido como “teste rápido” ou “teste sorológico” e aponta a resposta imunológica do corpo após a infecção. Ele é mais eficiente para detectar a doença em fases mais avançadas.

Vacinas e tratamentos

Até o presente, ainda não foi desenvolvida uma vacina cientificamente comprovada para combater o novo coronavírus. Especialistas calculam que ela pode demorar até dois anos para ser descoberta e produzida.

Esse contexto impulsiona os esforços para desenvolver outros tipos de terapias, como o desenvolvimento de novos componentes e pesquisas clínicas com medicamentos já aprovados para outros problemas de saúde.

Um dos projetos de vacina desenvolvido, hoje, nos Estados Unidos, utiliza uma tecnologia com base em um material sintetizado artificialmente a partir do código genético do novo coronavírus.

Já existe um projeto brasileiro que aplica a tecnologia virus-like-particle (VLP), que utiliza partículas que imitam o vírus. Isso garantiria a produção de vacinas mais seguras, já que o material genético do próprio agente da doença não é inserido no corpo humano.