No fim do ano de 2019, o Google e redes sociais como Snapchat, Facebook e Twitter anunciaram modificações nas regras para divulgação de anúncios de partidos políticos e candidatos.
Essas mudanças são uma resposta dessas empresas aos últimos escândalos envolvendo a utilização ilegal de dados de usuários de mídias sociais em campanhas políticas.
Um dos casos mais sérios ocorreu em 2018, e envolveu o candidato republicano à presidência do EUA, Donald Trump, e o Facebook.
Uma empresa contratada pelo então candidato teve acesso a dados de milhões de usuários da rede social de Mark Zuckerberg, o que possibilitou o uso estratégico dessas informações para beneficiar Trump.
Por isso, o tema é muito sensível e tem chamado a atenção de cientistas políticos e especialistas em tecnologia e de empresas que prestam serviços de gestão de redes sociais.
As restrições de anúncios políticos feitas pelo Google
No dia 21 de novembro de 2019, o Google anunciou mudanças significativas nas diretrizes para publicação de anúncios políticos.
Uma das principais mudanças diz respeito à proibição de veiculação de notícias falsas sobre partidos, candidatos e figuras públicas em campanhas eleitorais.
A ideia é aceitar somente a propaganda política pautada na ética e desenvolvida de maneira responsável, sem a intenção de caluniar adversários.
Outra mudança concerne às estratégias de segmentação de público. A publicidade política poderá utilizar somente os filtros de localização, idade e gênero, o que restringe as possibilidades de segmentação.
Com isso, o Google impede que as campanhas realizadas no site segmentem o envio dos anúncios considerando preferências político-partidárias.
Quanto a outras diretrizes, é necessário observar os requisitos específicos para cada país ou região. Para os EUA, pode haver diferenças de critérios entre estados.
A posição do Facebook sobre o problema
Mesmo diante das polêmicas recentes envolvendo a empresa, o Facebook ainda não apresentou mudanças no que diz respeito à publicidade política feita na rede.
Em setembro de 2019, a rede social declarou que não faria nenhum tipo de verificação de conteúdos de anúncios políticos, restringindo apenas os conteúdos já denunciados como falsos em outros sites e veículos.
Para o Facebook, as restrições aos conteúdos da propaganda política devem ser assuntos internos de cada país.
Por essa razão, a empresa não apresentou nenhum tipo de solução que auxilie no combate a práticas inadequadas de publicidade envolvendo partidos políticos e candidatos.
Recentemente, houve apenas o anúncio de mudanças referentes às possibilidades de segmentação de público.
As mudanças do Twitter em relação à propaganda política
Em 30 de outubro de 2019, Jack Dorsey, cofundador do Twitter, anunciou que a rede não permitiria mais que anúncios político-partidários sejam impulsionados.
Essa regra vale não somente para as propagandas eleitorais, mas também para as que veiculam causas apoiadas por partidos e políticos.
Antes dessa iniciativa, era possível fazer com que qualquer anúncio fosse impulsionado para um número maior de usuários mediante o pagamento pelo serviço.
Snapchat analisará conteúdos de anúncios
Ao contrário do Facebook, o Snapchat decidiu que vai verificar todos os conteúdos de anúncios vinculados a campanhas políticas.
O anúncio da nova medida foi feito pelo CEO da empresa, Evan Spiegel, no dia 18 de novembro de 2019.
Essa é uma forma que a rede social encontrou de evitar a divulgação de notícias falsas e a desinformação dos jovens eleitores que utilizam a plataforma.
Mudanças importantes às vésperas das eleições para a presidência dos EUA
A maioria das medidas anunciadas por essas empresas poderão evitar a proliferação de notícias falsas durante as eleições à presidência dos EUA, que ocorrerão este ano.
Com isso, elas auxiliam no combate a desinformação e manipulação do eleitorado. Essas mudanças tendem a permanecer e também terão impactos sobre a gestão de redes sociais.