O sistema de previdência pública está falido. Saiba como proteger seu futuro.
O tema previdência privada sempre gerou debate no Brasil devido ao baixo nível de poupança. De fato, boa parte da população brasileira ainda não conhece bons produtos financeiros para construir sua aposentadoria.
De acordo com uma pesquisa do SPC Brasil e da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 78% dos brasileiros não possuem nenhum investimento com foco na aposentadoria. Como resultado, a pessoa acaba dependente do fraco (e incerto) sistema de previdência social.
Felizmente, a ampliação do acesso a informações e educação financeira está mudando esse cenário. Cada vez mais pessoas começam a se preocupar em construir uma renda passiva por meio de investimentos.
Neste texto, você conhecerá os principais produtos que podem ser utilizados para lhe trazer renda na sua velhice. Nenhum deles representa uma recomendação de investimento, mas sim alternativas ao modelo tradicional de previdência social.
Investimentos que podem auxiliar na sua previdência
Em primeiro lugar, o investidor precisa conhecer seu padrão de vida atual e saber que esse padrão de vida tende a aumentar durante a velhice. Isso porque muitos gastos, sobretudo com a saúde, aumentam conforme o avanço da idade.
Logo, talvez seja preciso aumentar os rendimentos ou, no mínimo, que estes não tenham uma grande queda. Por exemplo, a maioria dos aposentados recebe do INSS até dois salários mínimos, ou seja, cerca de R$ 2.200 de acordo com dados de 2021.
Dessa forma, se um trabalhador chegou ao fim da carreira com um salário de R$ 5.000, depender do INSS significa ter uma queda de quase 60% no padrão de vida. Assim, ele terá que cortar seus gastos na época em que eles tendem a aumentar, ou terá que gerar mais renda.
Após saber qual seu padrão de vida, o investidor precisa separar um percentual de sua renda. Esse valor deve ser direcionado exclusivamente para investimentos, de modo a começar a construção de um patrimônio com foco na aposentadoria.
Previdência privada
Nesse sentido, o investimento mais comum é a previdência privada, também conhecida como previdência complementar. Como o nome entrega, ela funciona como um adicional ao valor que é pago pela previdência pública. Para profissionais que não pagam INSS, ela, de fato, atua como a previdência principal.
Nesse tipo de investimento, a pessoa escolhe quanto deseja pagar e por quanto tempo pretende contribuir. De modo geral, as previdências estipulam contribuições até que o investidor complete 65 anos, mas ele é livre para escolher contribuir mais ou menos tempo. Além disso, o investidor pode optar por pagar mensalmente e também fazer aportes adicionais sempre que quiser.
O investidor paga uma quantia que é direcionada para um fundo. Esse fundo, por sua vez, investe o dinheiro com foco em gerar rentabilidade positiva. Por isso, grande parte dos fundos de previdência aplicam em produtos conservadores e de baixo risco, como títulos do governo.
No final do prazo estipulado, o investidor pode utilizar o dinheiro acumulado no fundo da forma como quiser. Os fundos possibilitam a opção de dispor do dinheiro de uma só vez ou então de receber via pagamentos mensais.
Na segunda alternativa, o fundo opera exatamente como a previdência pública, realizando pagamentos mensais. Mas, ao contrário do INSS, o dinheiro recebido vem do que o investidor acumulou ao longo dos anos. Assim, ele não precisa se preocupar com reformas ou déficits na previdência.
Ações e fundos imobiliários
Renda variável, que sempre foi vista com ressalvas, também começa a ganhar espaço nas carteiras previdenciárias. Afinal, ações e fundos imobiliários (FIIs) distribuem seus lucros por meio de dividendos, gerando um fluxo de caixa crescente e constante ao longo do tempo.
Os FIIs geram renda passiva através do aluguel dos imóveis, prática que muitos brasileiros são habituados a fazer. Essa renda, geralmente, é distribuída todos os meses, servindo muito bem como uma aposentadoria via renda passiva.
Por outro lado, as ações pagam dividendos conforme o lucro das empresas cresce. Embora nem todas as empresas distribuam dividendos mensais, as distribuições podem atuar como um complemento para a renda ao longo do ano.
Como ter acesso
Hoje, o acesso a produtos que podem compor uma carteira previdenciária é mais fácil do que nunca. Qualquer pessoa pode abrir uma conta em uma corretora e começar a investir, geralmente no mesmo dia.
O processo é feito 100% ou quase todo digital, e praticamente todas as corretoras disponibilizam planos de previdência privada aos clientes. Há também os assessores de investimento, responsáveis por avaliar o perfil do cliente e ajudá-lo a encontrar o melhor produto.
Em relação à renda variável, o processo é ainda mais simples e feito por meio do home broker, ferramenta que intermedia a compra e venda de ativos. Com poucos cliques, você pode começar a construir sua carteira previdenciária.
Em suma, criar uma previdência privada aos poucos deixa de ser um luxo para tornar-se uma prática essencial.