Profissionais qualificados têm cada vez mais chances de trabalhar remotamente para empresas estrangeiras

Profissionais qualificados têm cada vez mais chances de trabalhar remotamente para empresas estrangeiras

62% dos profissionais que fazem home office têm ensino superior completo ou pós-graduação; com a implementação do 5G, mercado tende a aquecer as vagas para o teletrabalho

Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cerca de 20,4 milhões de trabalhadores estão em ocupações que podem ser realizadas na modalidade de home office. Isso representa 24,1% do total de pessoas ocupadas no mercado de trabalho brasileiro. Mais da metade desses trabalhadores está na região Sudeste (27,7%), seguida pela região Sul (25,7%) e Centro-Oeste (23,5%). Nas regiões Nordeste e Norte, o patamar é inferior, respectivamente, de 18,5% e 17,4%.

Neste panorama, a qualificação é fundamental, principalmente para quem busca posições em multinacionais, seja no Brasil ou inclusive fora dele. “O mercado de trabalho atual está reduzindo cada vez mais as barreiras geográficas, com empresas formadas por equipes distribuídas nos cinco continentes”, destaca Martin Perri, fundador e CEO da Nulinga, plataforma voltada para o aprendizado corporativo de idiomas. 

Segundo ele, além dos chamados “nômades digitais”, que viajam o mundo trabalhando remotamente de diferentes países, hoje é cada vez mais comum que empresas busquem trabalhadores de nacionalidades e localizações geográficas diversas. “Há muitas companhias do mundo inteiro, principalmente dos Estados Unidos, que buscam perfis de colaboradores superespecializados, sem importar em que país eles vivem ou que idiomas falam”, salienta Perri.

O estudo do Ipea aponta ainda que 62% dos profissionais que trabalham remotamente têm ensino superior completo ou pós-graduação e que 72% têm idade entre 20 a 49 anos. Com a implementação do 5G, que já é realidade no Brasil, o mercado tende a aquecer as vagas para o teletrabalho nacionais e internacionais. 

Para Perri, diante desse cenário, cabe às próprias corporações investir no conhecimento em idiomas para que as equipes internacionalizadas sejam capazes de se comunicar entre si. “É uma realidade que só é possível graças às inovações desenvolvidas no aprendizado de novas línguas, com plataformas avançadas que permitem capacitar colaboradores de uma mesma empresa de maneira remota e efetiva, sem importar em quais países ela está”, acredita o executivo. 

Atualmente, a Nulinga conta com operações no Brasil, Argentina, México, Chile e Estados Unidos e atende empresas que operam em pelo menos 13 países. Criada no começo de 2020, a ideia da plataforma nasceu de uma necessidade real do CEO, que quando começou a trabalhar conjuntamente com uma equipe de brasileiros, sentiu na pele a dificuldade na comunicação.

“Antes da Nulinga, eu havia criado outra startup na Argentina, que foi posteriormente vendida para a Gympass no Brasil. As equipes então passaram a trabalhar juntas. Desde o começo, a comunicação foi bastante difícil e nenhum programa de idiomas era capaz de suprir a necessidade que tínhamos”, conta o executivo. 

Segundo ele, a companhia não encontrava um programa de idiomas que fosse efetivo do ponto de vista da aprendizagem e da praticidade. “O que havia disponível naquele momento eram plataformas com aulas online sem interatividade, sem um professor acompanhando. E quando havia, era para grupos muito grandes de alunos. Mas o que mais fazia falta era uma plataforma que nos atendesse igualmente em diferentes países, que se ocupasse de todo o processo e mostrasse resultados”, explica. 

Com a popularização do trabalho remoto, a tendência é que muitos outros profissionais se encontrem nesta nova forma de levar a vida. “Há muitas oportunidades para quem almeja trabalhar remotamente para empresas estrangeiras, mas para isso é fundamental ser um profissional super qualificado em sua área e estar aberto a aprender ou se aperfeiçoar em uma nova língua. Afinal, uma comunicação fluida é essencial para qualquer ofício”, finaliza Perri.