O investimento em previdência privada tem atraído cada vez mais o interesse dos brasileiros. Entre 2020 e 2021, a procura por esse tipo de plano cresceu 16% no país, segundo informações da Agência Brasil.
O aumento da busca é justificado pelas mudanças promovidas pela Reforma da Previdência e a insatisfação com o valor da aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Apesar do crescimento observado, a cobertura ainda é restrita a uma pequena parcela da população. Os dados mais recentes da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) revelam que mais de 13 milhões de pessoas têm previdência privada no país, o que corresponde a apenas 6,5% dos brasileiros.
Importância do planejamento
Investir em um plano de previdência privada é uma forma de assegurar um recurso extra para a aposentadoria. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) orienta que esse planejamento comece desde já, para facilitar a construção do patrimônio.
A previdência privada é um investimento de longo prazo e quanto mais tempo disponível para criá-la, mais fácil será se organizar financeiramente para reservar os recursos para essa finalidade.
O primeiro passo deve ser pesquisar a oferta disponível no mercado. Os planos são organizados por instituições financeiras, como bancos e seguradoras, e podem ser abertos ou fechados. No primeiro caso, são vendidos a qualquer pessoa interessada. No segundo, são direcionados para empresas que oferecem a opção aos funcionários.
Na hora de contratar o plano, também é importante compreender as diferenças entre as opções disponíveis. O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é indicado quem faz a declaração completa do Imposto de Renda (IR), enquanto o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) atende aqueles que são isentos ou optam pelo modelo de declaração simplificada.
Vantagens e desvantagens
Nos dois tipos de planos podem ser cobradas taxas de administração, carregamento, entrada e saída. É aconselhável colocar tudo no papel e pesquisar qual banco ou seguradora oferece as melhores condições.
Também são exigidos valores mínimos de investimento inicial e contribuições mensais. Isso também deve ser considerado na hora da escolha.
Na avaliação da Anbima, as principais vantagens dos planos de previdência privada são a gestão profissional, a diversidade de opções, a possibilidade de portabilidade e de planejamento sucessório. Como desvantagens, a entidade destaca as taxas, o desconto do IR e a cobrança em casos de saques antecipados.
Fundos de previdência como alternativa
O plano de previdência privada constitui uma estratégia delimitada, com foco na rentabilidade e no prazo do investimento, elaborada pela instituição que o oferece. Trata-se de um conceito diferente dos chamados fundos de previdência privada, que são investimentos que usam o recurso destinado para a aposentadoria.
Os fundos são alternativas para quem busca uma opção de investimento mais personalizada, compatível com o perfil do investidor, que pode ser conservador, moderado ou arrojado. São indicados para quem possui uma reserva de emergência e têm mais experiência em investir.
O fundo pode ser composto exclusivamente por investimento de renda fixa; apenas por ações; balanceado, com parte do recurso aplicado em ações e outra parte em renda fixa; e multimercados, com o recurso dividido apenas entre investimentos em renda variável.
Esse tipo de fundo possui gestão profissional e também tem cobrança de taxas e IR. Para definir qual é a opção que melhor atende quem deseja planejar a aposentadoria, a recomendação é pesquisar os valores, colocar no papel e compará-los.