*Por Marcelo Paiva
O tempo parece correr mais rápido para as empresas hoje do que há 10 anos, apesar do dia ter a mesma quantidade de horas. Esse efeito ocorre porque as mudanças, nas áreas tecnológicas, econômicas, sociais e no mercado consumidor, estão acontecendo de maneira muito mais dinâmica e imprevisível, exigindo das companhias respostas mais ágeis e assertivas a cada ano que passa.
Diante desse cenário, quando uma companhia demora muito ou deixa de fazer alguma coisa, como atender às expectativas do seu público-alvo, e inovar um produto, por exemplo, ela própria está se colocando em risco de ostracismo. Por isso, não dá mais para depender de incentivos externos para promover as transformações e ações necessárias para manter os negócios competitivos e à frente da concorrência. Isso tem que vir de dentro.
Para isso, as empresas precisam eliminar certos hábitos e derrubar conceitos, antes tidos como imutáveis, mas que atrapalham a evolução dos processos corporativos, como a cadeia hierárquica, as divisões de setores e a alienação no trabalho, por exemplo. E cito o modelo da Apple, que emprega Metodologias Ágeis, ou Agile, no desenvolvimento de seus produtos, como um grande sucesso de Transformação Ágil.
O próprio Steve Jobs incorporou essa cultura nas conversas com seus funcionários, a fim de motivá-los por meio de ideias, e não hierarquias. Criou ainda um ambiente no qual todos os colaboradores se encontram e conversam – sem ordens, sem prazos, sem chefes e subordinados – apenas para se inteirarem sobre o que cada pessoa está fazendo, e como está fazendo. Estratégia que se mostrou assertiva.
Todo lançamento de uma nova oferta da gigante de tecnologia gera grande alvoroço entre seus fiéis consumidores, que formam filas na frente das lojas em todo o mundo. Não à toa, sempre há novidades alinhadas com as expectativas do público e melhorias que superam as ofertas da concorrência. Só que juntar fidelidade e inovação, como no caso da Apple, não é fácil e exige grande esforço por parte dos times de desenvolvimento, marketing, atendimento aos clientes, controle de qualidade, entre muitos outros, até o RH e o financeiro. E a grande verdade é que, para conseguir uma transformação ágil, capaz de impulsionar os negócios em direção a melhores resultados, depende da cultura organizacional, e ninguém conhece mais a empresa do que os seus próprios colaboradores.
A transformação ágil, quando parte dos times internos, tem um peso maior para efetuar qualquer mudança corporativa, pois a opinião das pessoas que vivem o dia a dia da companhia tem mais respeito dos colegas. Por isso, ter um time interno de Metodologias Ágeis faz toda a diferença, não só quando a empresa precisa, mas em todos os processos que realiza.
Ao contar com equipes de Agile, as companhias ganham conhecimento, independência, autonomia, flexibilidade e capacidade de personalizar os conceitos de desenvolvimento, em qualquer etapa da produção, seja de serviços ou produtos, seguindo os conceitos da Metodologia Ágil. E como não é uma tarefa fácil, aponto três elementos fundamentais para a criação de grupos de Agile internos:
- Urgência por Transformação: Assumir que os negócios podem melhorar e a necessidade de alcançar melhores resultados, é o primeiro passo. A transformação ágil não é o resultado que deve ser alcançado, mas o meio para conseguir atingir seus objetivos, com maiores lucros, eficiência etc.;
- Agentes de Transformação: Estabelecer quem irá guiar as transformações nos negócios. Procure pessoas que são respeitadas e ouvidas dentro da corporação para ajudar a promover o processo de transformação ágil;
- Engajamento e Conhecimento: Saber qual jornada de transformação a ser seguida é imprescindível para os times de Agile. Eles devem ser devidamente informados sobre as metas a serem alcançadas, para reunir todas as áreas corporativas em torno de um mesmo propósito, com apoio dos setores de RH e Gestão de Pessoas.
Muito natural que as empresas procurem a Transformação Ágil, sem saber quais objetivos, de fato, estão buscando. Por isso, contar com uma consultoria especializada pode ser a melhor opção, já que as metodologias Agile precisam ser orientadas corretamente, para gerar os efeitos desejados através de resultados ligados com sua estratégia de negócio.
Não perca mais tempo, e comece agora a Transformação Ágil que o seu negócio precisa, de dentro para fora.
Marcelo Paiva, Lean-Agile Transformation Coach da Adaptworks