Especialista dá dicas para sobreviver a “taxa de mortalidade” dos MEIs e garantir o sucesso do negócio
Motivado por aspirações pessoais, ser seu próprio chefe ou pelo cenário econômico do país, não se pode negar que empreender se tornou uma escolha cada vez mais frequente. De acordo com a Receita Federal, o número de microempreendedores individuais (MEI) no Brasil saltou de 9,7 milhões, em fevereiro de 2020, para 15,1 milhões em maio de 2023, um avanço de 55,6%.
No entanto, manter um negócio vivo requer mais do que paixão e dedicação. Uma pesquisa desenvolvida pelo Sebrae em 2021 revela que a categoria de microempreendedores individuais é a que menos sobrevive a longo prazo. A taxa de fechamento é de 29% e a expectativa média de 5 anos, mostram que é necessário buscar habilidades para equilibrar as contas de um jeito rentável e saudável.
1) Planejar o orçamento
Segundo o economista Bruno Lucas, CFO da Zippi, fintech que oferece capital de giro semanal para micro e pequenos empreendedores, planejar o orçamento é o primeiro passo para um crescimento saudável, inclusive é fundamental separar o que é dinheiro da empresa, do que é pessoal. “Elaborar um orçamento adequado permite que o empreendedor tenha uma visão clara das receitas e despesas do negócio, identificando com facilidade onde está investindo mais dinheiro e quais outras áreas necessitam de ajustes para garantir um equilíbrio”.
2) Separe as contas pessoais das empresariais e controle as receitas e despesas
A primeira coisa é abrir uma conta no banco para destinar exclusivamente as finanças da empresa. Isso irá facilitar muito a gestão do dinheiro e para conseguir crescer como autônomo, é importante que você mantenha um controle rigoroso das receitas e das despesas do seu negócio. Existem vários aplicativos e softwares de planilhas e gestão financeira que você pode usar para registrar tudo que acontece na empresa.
Por meio desse controle, é possível identificar quais gastos podem ser reduzidos ou eliminados, além de evitar problemas futuros com órgãos fiscalizadores.
3) Evite dívidas excessivas e crie um fundo de emergências
Outra dica é fazer uso consciente do crédito e evitar dívidas excessivas, que podem virar uma bola de neve e comprometer a continuidade do negócio. Sabemos que buscar alternativas de financiamento às vezes é necessário para injetar capital, mas como autônomo você está sujeito a variações de renda mensal e não deve usar crédito como um recurso para os períodos de baixa demanda. Invés disso, recorra ao seu fundo de emergências, reservando uma quantia mensal visando acumular pelo menos o suficiente para pagar uns três meses de despesas básicas.
Isso ajudará a garantir que você possa arcar com suas despesas essenciais mesmo quando a receita diminuir temporariamente, evitando estresse financeiro e mantendo a estabilidade do seu negócio.
Para os que já possuem dívidas, pode ser uma opção negociar com fornecedores e evitar a necessidade de um novo empréstimo.
4) Conheça o seu negócio e explores oportunidades de mercado
É importante ter controle e conhecimento de toda a etapa do negócio, inclusive dos detalhes. Com as finanças em dia, você pode explorar oportunidades para rentabilizar mais os seus produtos e serviços. “Identificar dentro da sua atividade algo que seja mais lucrativo ou que possibilite valor agregado é outra saída para aumentar as receitas. Se a pessoa trabalha vendendo doces e bolos, por exemplo, um produto com decoração diferente, entrega em embalagem personalizada ou o uso de uma matéria-prima mais exclusiva, vai trazer esse diferencial que as pessoas não se importariam em pagar mais para ter”, explica Bruno.
“Essa estratégia se aplica a diversos tipos de negócio. Uma profissional liberal de limpeza, citando outro exemplo, pode apostar em uma apresentação mais chamativa do serviço para venda por WhatsApp, ou cobrar mais caro para levar os próprios produtos de limpeza e o contratante não precisar se preocupar em ter em casa tudo que ela pode precisar”, finaliza.