Como forma de reter funcionários em meio à crise de demissões no Brasil, Invenis e Novatics transformam cultura interna com gestão humanizada
A crise gerada pela pandemia, pressão e falta segurança no ambiente de trabalho, além de estagnação na carreira, estão fazendo com que milhares de pessoas repensem a maneira como trabalham e vivem, focando mais em sua saúde mental. Não é à toa que cerca de meio milhão de brasileiros estão pedindo demissão todos os meses, de acordo com estudo realizado pela Você S/A e Lagom Data. Este é o dobro do registrado nos anos anteriores à pandemia, de acordo com o estudo. Buscando reter seus talentos, algumas startups incorporaram modelos de gestão diferenciados, que visam criar novas formas de organização interna e oferecer maior bem-estar entre seus colaboradores.
A Invenis, legaltech cujas ferramentas ajudam escritórios de advocacia e departamentos jurídicos a tomarem decisões estratégicas com mais agilidade e precisão, decidiu desconstruir a hierarquia e implementar o modelo de Organização Teal no início de 2021, um método pouco utilizado no Brasil em que um dos pilares é a gestão descentralizada. Ou seja, qualquer membro do time tem autonomia para tomar decisões sem passar pelo crivo do c-levels e pelo excesso de processos.
Com essas mudanças, a startup pretende aumentar em 70% a Receita Mensal Recorrente (MRR), em 2022. Nos últimos dois anos, a empresa já havia registrado um crescimento de 135% em seu MRR, 78% em seu ticket médio e 32% na carteira de clientes. Além disso, a startup agilizou algumas atividades que, dentro de uma organização hierárquica tradicional, poderiam se alongar desnecessariamente, como a contratação de novos funcionários e adoção de ferramentas de trabalho.
“A maioria dos livros de gestão prega um modelo baseado em pirâmide hierárquica com centralização de autoridade. Contudo, esse método está virando um gargalo para a velocidade necessária na tomada de decisões que o mundo complexo e conectado de hoje exige. Adotamos o modelo de organização Teal para evitar amarras no dia a dia da equipe e abrir espaço para que possam errar e criar. Hoje, já é possível mensurar um impacto positivo nas experiências dos nossos clientes, justamente por não haver burocracia nas tomadas de decisões. Ou seja, conseguimos atender às necessidades deles e fazer negociações com mais liberdade, que façam sentido para os dois lados”, afirma Matheus Bombig, cofundador da Invenis.
Como forma de valorizar os seus colaboradores e contribuir com o crescimento pessoal e profissional, a Novatics, principal desenvolvedora de produtos digitais do Brasil, investe na value-driven culture e em oportunidades de formação. A capacitação contínua sempre foi um dos aspectos norteadores da cultura da empresa. Ao desenvolver ações práticas que traduzem esses valores, a Novatics também passou a ver efeitos na retenção de talentos – que também se traduzem em resultados bastante positivos.
Flávio Alves, Fundador e CEO da Novatics atribui o bom desempenho da empresa à estratégia baseada em pilares – cultura, metodologia e comunidade e na valorização do desenvolvimento contínuo dos profissionais. “Com um mercado cada vez mais competitivo, é difícil encontrar profissionais que estejam ‘prontos’. Acreditamos que fazemos parte da jornada de formação e desenvolvimento das pessoas que passam pelo nosso time, e procuramos criar ações para vivenciar e reforçar o desenvolvimento contínuo”, relata.
Além de os colaboradores da empresa elaborarem Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e Plano de Carreira, existe uma grade de treinamentos periódicos e um forte incentivo para que procurem oportunidades diversas de formação. “Garantimos que nossos colaboradores dediquem 10% de sua jornada de trabalho para explorações e desenvolvimento de novas competências e habilidades”, completa Flávio.