*Por Alfredo Freitas
No Brasil, de acordo com o último Censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), são mais de 9.374.647 alunos matriculados na EAD. Mais de 6 milhões de americanos estão buscando uma educação online atualmente. O número de matrículas no ensino via internet pode dobrar no pós-pandemia.
Dados recentes divulgados nos Estados Unidos mostram que 68% dos alunos de cursos online são profissionais experientes. O dado é fundamental para compreender o perfil futuro dos estudantes de modo global, inclusive no período pós-pandêmico.
A maneira como as pessoas estudam vai mudar. Sairemos de uma realidade de ensino mais presencial para uma realidade virtual e global. Ou seja, um estudante do interior do Recife pode estudar numa universidade da Inglaterra, assim como um estudante de Florianópolis pode se formar numa universidade americana. Não há fronteiras no ensino do futuro.
Embora haja um aumento significativo de estudantes em idade universitária que escolhem a educação online, a maioria dos estudantes online já são profissionais de carreira. Nos EUA, o perfil do aluno online é de 32 anos de idade, o que mostra que já é um profissional que transita entre as carreiras.
O Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil que dispõe sobre o perfil dos alunos de EAD mostra que 53% dos estudantes são mulheres. Quase metade dos alunos matriculados em cursos EAD, 49,78% têm entre 31‑40 anos e são alunos que em sua maioria trabalham. Nos EUA, o perfil atual de estudantes EAD já consolida o perfil de ‘trocador de carreiras profissionais’ – o profissional que opta por seguir uma formação online distinta para adquirir e ampliar o escopo de trabalho.
Somado a isso temos os dados do perfil de conectividade da pesquisa TIC Domicílios 2019, o levantamento mostra que 74% dos brasileiros acessaram a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses. No grau de instrução, 97% dos usuários que têm curso superior acessam a rede. O Brasil conta com 134 milhões de usuários de Internet.
O relatório mais recente sobre economia digital, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mostra que os Estados Unidos possuem 242 milhões de pessoas conectadas. Os últimos dados mostram que antes da pandemia as pessoas estavam conectadas e com o isolamento social a conectividade aumentou.
Segundo dado mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, o acesso à internet pelo celular chega a 80,2% dos domicílios brasileiros. O setor educacional foi diretamente impactado. O ensino já está mudando. É preciso seguir a tendência mundial de investimentos em ensino virtual.
Além disso, é perceptível que o ensino superior via internet se transformou num grande celeiro de talentos. Profissionais de altíssimo gabarito no Brasil continuam buscando formação no exterior. E profissionais no exterior continuam buscando formação em instituições brasileiras. O perfil de pessoas que estão em busca de progressão na carreira é de continuar seus estudos de forma online.
Profissionais com mais títulos acadêmicos tem menos tempo de ir presencialmente a sala de aula. O que os fazem procurar cada vez mais o ensino via internet. Sendo assim, a sala de aula nesse ambiente virtual se transforma num grande celeiro de talentos profissionais do mundo todo que podem interagir e aproveitar a conexão para expandir seus horizontes.
De acordo com a pesquisa americana, 22% dos alunos de pós-graduação nos Estados Unidos estudam exclusivamente online, em comparação com 11% dos alunos de graduação. Quanto mais alto o nível de carreira e mais experiente é o profissional, menos tempo ele terá para estar em sala de aula.
Mais conectados com profissionais do mundo inteiro, os profissionais brasileiros que decidem apostar no ensino superior via internet vão também ampliar o networking. As possibilidades são infinitas na conectividade. Interações inevitáveis e, inclusive, ofertas de trabalho no exterior podem acontecer.
*Alfredo Freitas é pós-graduado em ‘Project Management’ pela Sheridan College no Canadá, graduado em Engenharia de Controle e Automação e Mestre em Ciências, Automação e Sistemas, pela Universidade de Brasília. O renomado profissional tem mais de 15 anos de experiência em Tecnologia e Educação. É atualmente Diretor de Educação e Tecnologia da Ambra University. A Universidade americana é credenciada e tem cursos reconhecidos pelo Florida Department of Education (Departamento de Educação da Flórida) sob o registro CIE-4001. Além disso, a universidade conta com histórico de revalidação de diplomas no Brasil.