*Vitor Villela
Quais as principais tendências tecnológicas do setor varejista para os próximos anos? Como as empresas precisam se adaptar às novas necessidades dos consumidores? Esses e tantos outros temas foram abordados na NRF (National Retail Federation), a maior feira do mundo dedicada ao setor varejista, que aconteceu recentemente em Nova Iorque. Além de levar as novidades e apontar o futuro da loja física, a NRF mostrou, principalmente, que as tecnologias estão cada vez mais maduras e acessíveis para serem implantadas em larga escala. Cabe agora ao varejista entender o atual momento de maturidade tecnológica da empresa, mapear bem seus processos e, então, definir suas prioridades de investimento.
O fluxo de pessoas nas lojas que não se reinventaram vem diminuindo ano após ano. Para se ter uma ideia, aproximadamente 9.300 lojas foram fechadas somente nos Estados Unidos, em 2019. Desde então, muitas discussões estão sendo feitas para manter o espaço físico atraente para os consumidores. Um consenso entre todos os principais especialistas do segmento é a necessidade de proporcionar experiências de compra customizadas. Daí a importância da análise e interpretação dos dados para utilizá-los da melhor maneira possível, de acordo com os diferentes perfis de usuários.
Abaixo, listei as principais tendências que estão auxiliando os varejistas diante desse novo contexto, seja para melhorar a eficiência operacional ou criar experiências únicas aos consumidores:
IA e ML: versatilidade ganha cada vez mais espaço
As tecnologias de Inteligência Artificial e Machine Learning continuam evoluindo e tendo um papel fundamental para o Varejo, tanto que foi um dos temas de maior destaque no evento. Graças ao seu uso variado e a boa combinação entre as duas, os varejistas estão utilizando-as para mapear padrões de consumo, realizar reposição de itens baseado em histórico de vendas e ainda analisar o comportamento dos consumidores para definir, estrategicamente, uma venda mais consultiva.
RFID segue como aposta alta
Outro ponto bastante explorado foi como essa tecnologia está sendo aplicada para proporcionar mais visibilidade e controle de estoque. Nos últimos anos, o baixo custo das etiquetas tornou esse tipo de identificação em uma das principais apostas do Varejo devido aos inúmeros benefícios que ela agrega ao negócio, como prevenção contra furtos, melhorar a experiência do consumidor, aumentar a disponibilidade dos produtos no ponto de venda, reduzir a ruptura de venda, entre tantos outros.
A importância de estar bem preparado
A empresa precisa estar pronta para se adaptar com velocidade às novas demandas de consumo. Consequentemente, isso significa não apenas ter um bom suporte tecnológico ou fazer adaptações de infraestrutura, mas também prover uma mudança organizacional na companhia com flexibilidade e agilidade para atender essas novas demandas dos clientes. Também é preciso uma transformação na cultura da organização, de modo a capacitar seus profissionais para eles sempre tirarem o melhor proveito das tecnologias, e oferecer um tratamento ainda mais humanizado aos consumidores que visitam as lojas físicas.
Firmar parcerias estratégicas
Assunto que também foi destaque na NRF é uma nova modalidade de negócios, na qual empresas firmam parcerias para melhorar o fluxo de pessoas dentro das suas lojas físicas. Um exemplo compartilhado na feira foi o case das empresas Amazon e Kohl’s, onde a segunda começou a receber as trocas dos produtos adquiridos pelo site da Amazon. Como resultado, percebeu-se um aumento significativo no fluxo da loja, um crescimento na receita, além da mudança do perfil do cliente, já que a loja passou a ser frequentada por um público mais jovem. Com isso, o espaço tem a possibilidade de adaptar sua loja para conquistar novos consumidores.
Tecnologias de ponta para quem quer se destacar
Para os varejistas que gostam do que há de mais moderno, drones e robôs tendem a ganhar as lojas para fazer controle de inventário, análise de gôndolas e separação de itens nos Centros de Distribuição. Painéis interativos são utilizados para auxiliar numa venda mais consultiva, holografias e projeções para criar experiências diferentes aos usuários, impressoras 3D para customização de produtos e vídeo analytics para proporcionar mais conhecimento na hora do self-checkout foram algumas das inovações mais compartilhadas.
O papel do parceiro
Ficou muito claro que de nada adianta adquirir as principais inovações tecnológicas se não houver uma empresa de serviços de TI capaz de integrar os melhores fornecedores e suas soluções às demandas dos clientes. As gigantes da tecnologia mostraram na feira inúmeras ferramentas disponíveis e acessíveis para o varejo de todos os tipos e portes, realmente capazes de agregar valor ao setor e seus consumidores. No entanto, o parceiro responsável por integrar todas essas soluções assume o papel vital, no qual é necessário entender a situação atual do varejista e cumprir todos os itens necessários para a garantia de um completo atendimento do que está sendo proposto.
*Vitor Villela é Sr. Solutions Architect da NTT Brasil