Lukasz Gieranczyk
As OTAs estão imprimindo um forte crescimento no mercado de viagens no Brasil e na América Latina, com México e Brasil à frente e com grande protagonismo do turismo doméstico, sobretudo quando se trata de marketplaces de viagens de ônibus.
O turismo doméstico é fortemente influenciado pelo ambiente econômico desafiador, que tem tornado as viagens de curta distância, com mais frequência e relação custo-benefício satisfatória, importante alternativa para o turismo de lazer e de negócio.
Soma-se a isso o fato do setor digital na América Latina manter uma trajetória ascendente e de crescimento acumulado. Somente no Brasil estima-se um crescimento acumulado de 59,6% entre 2023 e 2027, ritmo que supera o do varejo como um todo e evidencia uma mudança nos padrões de consumo para o ambiente online. O Brasil já é considerado o principal país da América Latina em movimentação financeira no e-commerce e países como México, Colômbia, Peru e Argentina se destacam como os principais mercados, sendo o setor de viagens a terceira maior participação no ecossistema de e-commerce da região.
Se Brasil e México lideram em velocidade do crescimento e transações no mercado digital da região, também lideram como maiores mercados de viagens, sendo o México uma potência na atração de turistas internacionais. Com a variação dos preços das passagens aéreas, os turistas tanto abandonam as viagens para o exterior como os voos domésticos, por isso o destaque para os destinos nacionais, para a busca pela diversificação de destinos turísticos e interesse crescente pelas viagens de ônibus.
São essas condições que sustentam o apetite das OTAs pelos mercados da América Latina e processos de expansão como do Grupo Quero Passagem na região, com a aquisição de empresas como La Terminal na Costa Rico e a investir e desembarcar no México com a marca Viajo Mucho. A oferta de viagens de ônibus online é um serviço que tem terreno fértil na região, dada a alta capilaridade para grandes cidades e pequenas comunidades, acompanhando não só as necessidades e ritmos econômico local como também a baixa cobertura de players consolidados, o desenvolvimento de novas rotas turśiticas, tanto culturais como naturais e novos circuitos gastronômicos.
O mercado digital na América Latina, em especial em países da América Central, traz desafios como o alto índice de perdas por fraudes e baixa bancarização, que impactam diretamente na confiança e na acessibilidade de serviços digitais financeiros. A aceitação por parte dos consumidores de novos meios de pagamentos é um grande impulso ao mercado digital, e nesse cenário tanto as fintechs, como a abertura de reguladores bancários e o estímulo dos governos e bancos centrais a sistemas de pagamentos como o Pix (Brasil) e CoDi (México), desempenham papel importante na transformação digital. Ou seja, quanto mais avança a incorporação de milhões de latino-americanos ao sistema financeiro, mais a economia se desenvolve e o turismo local também.
Os vínculos genuínos que as OTAs podem criar com os consumidores da América Latina, também é um passo importante que as marcas buscam estabelecer, tanto para reforçar o orgulho do pertencimento como o potencial da região para chamar a atenção no cenário internacional. Estima-se que o turismo representa 22% do PIB das Caraíbas e 10% do PIB da América Latina. Ter os olhos do mundo voltados para América Latina e Caribe, seja no âmbito do turismo, do enfrentamento dos desafios climáticos globais e de oportunidades para os negócios é um amplificador de desenvolvimento.
Quando um grupo como a Quero Passagem, olha para a internacionalização também olha para os desafios de um ecossistema diverso na região e para o posicionamento de soluções para um mercado digital de turismo promissor, querendo criar uma posição privilegiada de engajamento com os consumidores latinos americanos, conectado com as jóias mais escondidas que a região possa promover ao turismo como paisagem, cultura, negócio e criatividade.
Com a visão de internacionalização e ampliação de soluções digitais para o turismo de lazer e de negócios, a partir do crescimento e experiência no mercado brasileiro, o grupo Quero Passagem cria uma soma de potenciais como tecnologia própria, aprendizado institucional e equipe dedicada às oportunidades da internacionalização na América Latina, para promover três pilares da visão estratégica, soluções completas para o turismo no mercado digital, inovação e conexão genuína com a região.
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Lukasz Gieranczyk, CEO da Quero Passagem, marketplace de passagens rodoviárias que conecta viajantes a mais de 5 mil destinos no Brasil.