Manutenção de placas solares deve entrar na conta de quem planeja aderir ao sistema

Manutenção de placas solares deve entrar na conta de quem planeja aderir ao sistema

Em cenário onde a conta de luz aumentou devido à crise hídrica, a busca por sistemas de energia solar para as residências é cada vez maior. Para se ter uma ideia, a capacidade de geração de painéis instalados em telhados e pequenos terrenos teve alta de 53% em novembro na comparação com janeiro. Mas depois de adquirir a tecnologia, como funciona a parte prática de instalação e manutenção? Vale a pena? Sérgio Levin, engenheiro eletricista do Ibape/ SP, reuniu algumas dicas.

O potencial de economia de energia elétrica em uma residência pode variar em média, de 50% a 70% com a instalação de placas solares. Outro benefício está relacionado à sustentabilidade, pois a radiação solar é um fenômeno natural não poluente e inesgotável. Para ser realmente vantajoso, entretanto, são necessários cuidados:

Instalação

Como o sistema fotovoltaico depende do sol, o Brasil é um país propício para o uso dessa tecnologia. No entanto, é preciso que as placas sejam colocadas no ângulo correto para aproveitarem ao máximo a luz natural. Além disso, a instalação errada pode causar diversos problemas, como o desabamento de telhados, que podem não aguentar o peso das placas fotovoltaicas. Por isso, é recomendável a contratação de um engenheiro civil para realizar a instalação correta do equipamento.

“O profissional deve considerar fatores como, por exemplo, o peso das placas que serão colocadas no telhado e se o tamanho do espaço é realmente adequado. Além disso, é preciso que ele analise o perfil dos moradores, ou seja, quantos eletrodomésticos possuem e a frequência que eles são utilizados, para, assim, calcular a quantidade de placas fotovoltaicas necessárias e, também, uma estimativa de retorno do investimento”, afirma Levin.

Depois do projeto feito, é necessária homologação de uma concessionária. Ainda de acordo com o engenheiro do Ibape/SP, esse processo é importante porque, apesar de muitas pessoas não saberem, se as placas fotovoltaicas forem mal instaladas, resultam em riscos para a segurança das pessoas e dos imóveis.

Manutenção

As placas fotovoltaicas duram, em média, 25 anos. Se a instalação for em um imóvel que tem um consumo médio mensal de 180 kWh, será necessária a instalação de cerca de cinco placas, o que já garante uma média de 55% a 60% de economia por mês. Além disso, o especialista indica que o retorno do dinheiro investido deve ser considerado para a decisão de aquisição. Adicionalmente é preciso que a manutenção dos equipamentos seja feita corretamente, o que garante que as placas continuem gerando bons resultados.

“As placas fotovoltaicas precisam ser limpas, em média, duas vezes por ano, retirando principalmente pó, galhos e folhas que podem se prender a elas. É importante que moradores fiquem de olho em caso de obras perto de casa devido à sujeira, assim como em chuvas fortes de granizo e outros impactos externos que podem danificar a tecnologia. A limpeza pode ser feita pelos próprios moradores ou por alguma empresa especializada, porém, no caso de impacto externo, é essencial chamar um profissional habilitado para avaliar a situação das placas”, destaca Sergio.

Para finalizar, o engenheiro destaca que a parte elétrica é fundamental na manutenção. “É necessário acompanhar o desempenho do sistema e chamar a empresa responsável pela instalação para fazer uma verificação duas vezes por ano, no mínimo”, conclui.

A Caixa deve lançar no mês que vem um programa destinado a implantação de energia solar nas residências brasileiras. O Caixa Energia Renovável vai financiar a aquisição de placas solares com juros de 1,17% ao mês. O financiamento poderá ser contratado via celular, pelo aplicativo Caixa Tem. A carência será de seis meses e prazo de pagamento é de cinco anos.

Sobre o Ibape/SP

O Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo (Ibape/SP), é filiado ao IBAPE – Entidade Federativa Nacional – formado por Engenheiros, Arquitetos e Empresas habilitadas que atuam nas áreas de avaliações, perícias de engenharia, inspeções prediais e perícias ambientais no Estado de São Paulo, fundado em 15 de janeiro de 1979. Trata-se de entidade sem fins lucrativos com o objetivo congregar tais profissionais para intercâmbio e difusão de informações e avanços técnicos. Defende, ainda, interesses profissionais e morais dos seus associados e visa o aprimoramento profissional nas áreas afetas, realizando cursos, seminários, workshops, palestras, reuniões técnicas, livros, artigos e normas.