Controladoria na área jurídica não é um termo novo, embora para muitos pareça algo recente. Já temos bons materiais, cursos, aulas, profissionais desenhando suas carreiras como controler dentro de escritórios e departamentos jurídicos.
Apenas de forma exemplificativa, sem querer esgotar ou definir, controladoria é um setor que reúne o que entra no jurídico, trata a informação, documenta, sistematiza e devolve para aonde ela vai, depois que o jurídico propriamente dito faz o seu trabalho.
Algo que cria controles, indicadores, minimiza erros, qualifica a informação, organiza melhor os fluxos de trabalho, entre outros benefícios.
E sobre Legal Operations? É um termo que fora do Brasil já é mais conhecido, difundido e tecnicamente é maior que a controladoria em si, da forma que nós conhecemos.
Um departamento de Legal Operations compreende os fluxos, processos internos, pessoas, clima organizacional, tecnologia, indicadores, dashboards, orçamento, financeiro, enfim, tudo aquilo que não é jurídico em si, num único departamento coordenado não por um controler, mas pelo CLOO – Chief Legal Operations Officer.
De uma forma simples, a ideia do Legal Operations é deixar o jurídico trabalhar, ou seja, ele cuida de tudo que não é jurídico, algo que por aqui dividimos bem, quer dizer, um escritório estruturado tem controladoria, gestão de pessoas, financeiro, TI, etc…. Lá, tem o Legal Operations e o jurídico. Simples assim.
Pensando em um departamento jurídico, montar o Legal Operations significa ter uma equipe que cuida das pessoas do departamento em si como um todo (indicadores, clima organizacional, gestão de recursos, entre outros), cuida dos terceirizados, fluxos com demais departamentos da empresa, indicadores do departamento e dos terceiros, tudo isto de forma mais automatizada possível, posto que uma das bandeiras do Legal Operations é tecnologia.
Lógico que não é simples chegar neste patamar, mas para tudo precisamos dar o primeiro passo.
Vamos lá?
Comece estruturando o que você tem hoje:
Qual seu nível de organização?
Seus fluxos?
Seu sistema gerencia o que? Quem? Tem automatizações? Elimina trabalhos repetitivos?
Quais critérios você usa para ouvir seus colaboradores (algo como ouvidoria ou SAC interno)?
E a partir disto, gerencie a mudança:
Como fazer um fluxo mais linear (sem rodeios, vai e volta de informações);
Como adquirir, melhorar, trocar a tecnologia existente para que ela sirva a todos os propósitos que o departamento precisa, inclusive no que tange a gerenciar os terceirizados e as demais áreas da empresa (fluxos de demanda, etc);
Como automatizar tarefas repetitivas, economizando material humano para algo mais pensante e racional;
Enfim,
Como criar elementos disruptivos que proporcionem resultados práticos.
Esta sim é a função do Legal Operations, igualmente da ferramenta controladoria: Gerir com eficiência e eficácia para o propósito da empresa e do departamento jurídico!
Originalmente publicado na Universidade ProJuris.