Sequências de luzes piscantes presentes em algumas cenas das obras podem causar convulsões em espectadores com esse tipo de diagnóstico
Ir ao cinema ou assistir filmes no conforto de casa são momentos de lazer para muitas pessoas. Contudo, essa diversão descompromissada pode trazer sérios riscos e consequências para espectadores com o diagnóstico de epilepsia fotossensível, dependendo da obra e da dinâmica das cenas.
A epilepsia fotossensível é um quadro em que as convulsões ocorrem devido à exposição da pessoa a luzes intermitentes ou padrões contrastantes de luz e escuridão, podendo tanto ser de origem natural, quanto artificial.
Uma das principais possíveis causas de gatilhos para pessoas com epilepsia fotossensível são as telas de TV, computador, ou mesmo de cinema.
Para prevenir espectadores com esse diagnóstico de uma eventual crise , a ABE (Associação Brasileira de Epilepsia) alerta sobre obras cinematográficas com sequências com imagens e luzes piscantes.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso (2023)
O segundo longa da série animada do jovem herói da Marvel, assim como o primeiro, conta com diversas cenas recheadas de cores e luzes piscantes que podem causar crises de epilepsia para os espectadores mais sensíveis.
Star Wars: A Ascensão Skywalker (2019)
O filme que encerra a nova saga de Guerra nas Estrelas que se iniciou em 2015 contem cenas de batalhas em terra, e especialmente no espaço com muitos efeitos de luzes piscantes.
Vidro (2019)
Continuação da obra “Fragmentado”, do renomado diretor indiano M. Night Shyamalan, o suspense também apresenta cenas com luzes piscantes.
Os Incríveis 2 (2018)
O segundo e último filme da animação sobre a história da família de super heróis apresenta uma sequência de cenas com brilho intenso.
A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1 (2011)
A primeira parte do final do romance adolescente sucesso de bilheteria baseado na obra de Stephenie Meyer provocou convulsões em espectadores, segundo o site norte-americano de notícias CBS, devido a incidência e intensidade de luzes piscantes nas cores vermelha, preta e branca.
Tratamento para epilepsia fotossensível
Assim como os outros tipos de epilepsia, a fotossensível também não tem cura. Contudo, por meio dos medicamentos anticrise a pessoa com esse diagnóstico pode reduzir a frequência das convulsões.
“A primeira atitude que deve ser tomada após um caso de convulsão ligada à fotossensibilidade é procurar um médico. O especialista pode realizar um EEG (eletroencefalograma) para testar a condição, e indicar o tratamento e medicação adequados para cada pessoa,” finaliza Doutor Lécio Figueira Pinto, médico neurologista e vice-presidente da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE).
Sobre Associação Brasileira de Epilepsia
A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais.