Renomados palestrantes participaram de evento online promovido pela Brazil-Florida Business Council para discutirem oportunidades e estratégias que devem ser consideradas para este ano
Um grupo de empresários comentou de forma otimista a atuação do mercado de capitais no ano passado e nos primeiros meses de 2021. O panorama foi explanado durante evento online promovido nesta quinta-feira (18) pela associação Brazil-Florida Business Council, que buscou discutir oportunidades e estratégias para o futuro do setor.
De acordo com Alexandre Pierantoni, Managing Director & M&A Head of Brazil Corporate Finance, Duff & Phelps, há capital no mercado e as empresas literalmente enxergaram as oportunidades. “Ano passado batemos recorde em fusões e aquisições no Brasil, principalmente na participação do investidor. Este ano caminhamos para uma mesma tendência e acho que esse é o panorama que estamos vendo influenciado pelo mercado de capitais”, completou o executivo.
Uma outra análise feita pelo gerente de Relacionamento, Novas Listagens, IPO e Capital Markets na B3, Leonardo Resende, defendeu que o que se viu nos últimos 15 meses foi um cenário de mercado de capitais agindo de forma satisfatória. “Percebemos isso até pela grande quantidade de investidores que ainda querem acessar o mercado. Estamos bem otimistas com os próximos meses e esperamos manter o mercado aquecido em 2021”, exaltou.
Visando uma simplificação para a abertura de modelo de capital, o superintendente de Relações com Investidores Institucionais da CVM, Daniel Maeda, destacou que sua instituição se sensibiliza com essa demanda e tenta ampliar esse leque gradativamente permitindo a esses investidores o acesso a novas oportunidades. “Uma constatação bastante natural é que nossos mercados estão cada vez mais interconectados e é assim que o mundo caminha. Fugir dessa tendência é ficar pra trás e ser irrelevante nesse novo jogo global que acontece”, explanou.
Leonardo Di Cola, Sócio da Madrona Advogados, contou que existe uma movimentação dentro da indústria de fundos para melhorar a separação de responsabilidades dos participantes. Ele revela que players de fora veem ao Brasil para prestarem serviços nesta indústria, mas quando se deparam com formato colocado por nossa regulação, desistiam. “Então isso é outra mudança que está em discussão, e é muito positiva. Então vemos boas perspectivas nessa frente e os fundos são um mecanismo obviamente muito relevante de mercado de capitais”, exalta.
Ao falar sobre a visão do investidor financeiro, o sócio-fundador & CEO da Stratus Group, Alberto Camões, revelou que é um momento de investimento muito grande. “Sempre acreditamos muito no mercado de capitais, na bolsa, no mecanismo de saída e de financiamento intermediário dos nossos investimentos”.
Camões ainda destacou que tanto o regulador como a própria B3 fizeram uma série de reformas importantes, como um novo mercado com ações extraordinárias e a Bovespa Mais, que permite que você faça uma abertura de um capital de empresa sem oferta de movimento.
Ao tratarem dos investidores ou gestores de fundos em busca de ativos ESG, que procuram empresas que sejam bem classificadas nos fatores de responsabilidade ambiental, cuidado social e governança corporativa, os executivos destacaram importância e o crescimento do movimento dentro do mercado doméstico. Mas o desafio é reconhecer que há investidores com capacidade de avaliar o que aquela empresa está fazendo e se ela está seguindo as boas práticas.
Os desafios socioeconômicos e políticos apontados pelos debatedores mostraram que no Brasil existem várias oportunidades, mas também muitas disfuncionalidades na economia, como, por exemplo, os spreads que são muitos altos.
O Brazil-Florida Business Council, Inc. (“BFBC”) é uma associação empresarial independente sem fins lucrativos com sede em Tampa, Flórida. O BFBC foi criado em 2014 para estreitar os laços entre as comunidades empresariais do Brasil e da Flórida, promovendo o comércio bilateral e oportunidades de investimento em ambas as regiões.