Aqueles que fazem pelo Grupo.
Não é tão simples ser líder nos tempos de hoje. Em primeiro lugar, porque muito dos gerentes vem de uma cultura, de um passado não tão remoto, que era importante também meter a mão na massa, pegar junto e o danado do orgulho: bater no peito que também estavam ali suando a camiseta. Em segundo lugar, os líderes passaram a ser uma inteligência para a prática da produção enxuta, a multifuncionalidade nas equipes é um fato concreto e com nenhuma chance de retorno.
Neste primeiro artigo iremos abordar o Gerente que faz pelo grupo e na sequencia vamos refletir sobre aquele Gerente que só quer saber de mandar e encerraremos humildemente tentando elucidar a prática gerencial que ensina a pescar ao invés de dar o peixe, o gerente que educa.
O que tem sido a prática mais comum dos gerentes na trincheira? Em geral eles acabam sendo mais técnicos do que líderes para seus grupos. Baixam a cabeça e dele executar. Como é que um gerente tarefeiro vai descobrir elos que possivelmente possam estar quebrados na sua equipe? Com que tempo ele vai perceber possíveis conflitos e que acumulados podem se agravar? O primeiro e marcante sucesso de um gerente está em construir grupos que tenham sinergia, autoestima, comunhão e se respeitem em suas diversidades. Não tem como alguém estimular a participação e a receptividade de novas ideias se está na operação de uma metralhadora na trincheira, quando deveria estar observando o que cerca, o que está em torno, qual será o próximo passo.
De alguma forma por longo tempo se disseminou uma fofoca, não é nem cultura, que aquele que observa, percebe, tem planos, pensa, conversa, fica na escuta, pergunta, quer só saber como é que é feito, mas não faz, auxilia e dá apoio, mas nunca mete a mão na massa, é um tremendo preguiçoso. Uma fofoca com enormes prejuízos para o novo entendimento do trabalho onde o líder é fundamental para equacionar o maior dilema da vida moderna: de um lado, o indivíduo precisa dos outros como do ar que respira, mas em contrapartida, tem um enorme medo em criar relacionamentos mais profundos, que o tornem estático neste mundo de movimento permanente. Uma postura de gerência paternalista até pode agradar em curto prazo, mas no decorrer do tempo os resultados são desastrosos:
– Uma atitude de compreensão passiva e que concentra para si o que o grupo ou alguém deveria ter feito e não fez, produz relaxamento e acomodação;
– Confundir apoio com encosto compromete o espírito inovador e a responsabilidade que cada um tem com seu desenvolvimento;
– Reconfortar diante das dificuldades e tomar a frente de todas as decisões, boicota a iniciativa, o espírito empreendedor, privando que o outro também cresça com seus erros e acertos;
– O líder abandonar o posto de perceber, olhar e ver o comportamento do grupo em sua atividade, em algumas profissões, inclusive pode levar as conseqüências trágicas como a morte de algum colega. Outros efeitos também vão minando toda a relação como desmotivação, insatisfação e por final enfraquecimento total da equipe e queda do seu desempenho.
É preciso presente e presença. Nunca em toda história da humanidade a empresa valorizou tanto a vida e o desenvolvimento das suas gentes. Um gerente é esse jardineiro. Aquele que cuida das flores para que possam sempre estar desabrochando para vida com beleza e amor.
Paulo Ricardo Silva Ferreira
Profissional de comunicação, redator. Coordenador do Núcleo Celebração do Instituto Eckart. Diretor Criativo da ILê Comunicação. Entre outros prêmios já conquistou Top Nacional de MARKETING ADVB, ESPM/RS, Mérito Lojista, ANAMACO e Central Outdoors.Formação em Comunicação Social Publicidade e Propaganda, Antropologia, mestrando da Psicologia Social.