A Feicon, maior feira de construção civil da América Latina, estreou um novo espaço no hub de conteúdo Feiconnect, o programa de entrevistas “Conversas Construtivas”. No primeiro episódio, o CEO da Telhanorte, Juliano Ohta, conversou com a gerente do evento, Lúcia Mourad, sobre os processos de inovação das lojas varejistas potencializados em 2020 e as perspectivas do setor no atual cenário econômico.
A importância da modernização dos varejistas para atender o novo perfil de consumidor e a aposta no on-line para estimular as vendas estiveram entre os temas da conversa. “O varejo foi considerado serviço essencial logo depois do início do isolamento social, mas as pessoas ainda tinham receio de sair e o e-commerce foi a alternativa. No segundo semestre, as vendas nas lojas físicas da Telhanorte cresceram mais de 30% e no e-commerce foram multiplicadas por quatro. Logicamente, crescemos mais nas operações on-line porque o espaço para isso era maior”, lembrou Ohta.
O executivo também contou que a varejista reforçou a estruturação das operações para o omnichannel, onde todos os canais de compra e comunicação atuam de forma integrada. “O que a gente vê é que o consumidor não é mais só físico ou digital. As jornadas são híbridas. Nosso grande desafio é atender esse público que compra em uma loja e quer devolver em outra, que adquire o item no site e prefere retirar na loja. Estamos vendo a “omnicanalidade” como um eixo de atuação muito importante”, disse.
Sobre o mercado
Apesar do mercado de construção civil ser um dos poucos a apresentar sinais positivos e com expectativa de crescimento nos próximos anos, alguns problemas são enfrentados pelos varejistas. Se de um lado existe a alta demanda por materiais para obras e reformas, do outro há dificuldade de abastecimento – consequência do período em que os fornecedores ficaram com as portas fechadas.
“Teve aquele intervalo inicial do isolamento, quando as empresas fecharam as portas temporariamente e ficaram vivendo do estoque. Na hora de retomar as atividades sempre existe um período de inércia para começar a produzir. No início do ano passado, a nossa dificuldade foi com o abastecimento de materiais como cobre, PVC, ferro e cimento. Agora, é com produtos de acabamento, pisos, revestimentos e louças sanitárias”.
O papo ainda destacou que outros motivos preocupam os lojistas no cenário atual. Para Ohta o aumento da inflação e do IGPM – índice que impacta sobre o aluguel e o transporte – tem diminuído a margem de lucro.
Perspectivas
Ainda de acordo com o executivo, é necessário agir com cuidado, mesmo com o aquecimento do mercado, já que ainda vivemos incertezas no cenário econômico. “Para 2021 é preciso se preparar para o pior e esperar o melhor. O desemprego está em alta e é provável que as pessoas fiquem com receio de fazer reformas. Por outro lado, novas construções estão surgindo, mas elas levam tempo para ficar em pé. Talvez no ano que vem possamos sentir os efeitos disso, uma vez que os números de lançamentos são altos”.
Apesar da cautela, a varejista prevê a abertura, ainda este ano, de novas unidades da “Obra já”, loja com conceito de atacadista de material de construção. A Telhanorte é uma das empresas que integra o grupo francês Saint-Gobain.
A entrevista completa com Juliano Ohta está disponível no site da Feiconnect. O programa “Conversas Construtivas” trará a análise de especialistas sobre assuntos relacionados à engenharia, arquitetura e o mercado de materiais de construção. Acesse a entrevista na íntegra em: https://www.feicon.com.br/pt-br/feiconnect/conversas-construtivas.html.