A era da advocacia 2.0 chegou

A era da advocacia 2.0 chegou


Por Fernanda Vignoli Cabral, Gerente Jurídica da Sonda Ativas

Durante os meus anos de carreira na área jurídica, percebo que a advocacia é um dos mercados que menos mudou sua forma de executar trabalhos nas últimas décadas. Porém, o que tenho percebido é que esse cenário tende a se transformar radicalmente, principalmente com a implementação de novas ferramentas tecnológicas para a prestação de serviços legais e jurídicos. A necessidade de inovação é evidente, convertendo a cultura de antigos modelos de escritórios para organizações jurídicas profissionais, independentemente do tamanho da companhia.

Até meados da década de 90, o computador era apenas uma ferramenta para acelerar o processo de digitação de documentos. Os advogados trabalhavam individualmente, promovendo o atendimento pessoal do cliente, buscando arquivos necessários, atendendo telefone, dirigindo-se ao fórum para ingressar com a ação, realizando a audiência e fazendo a cobrança final dos honorários. Estou falando de um cenário de quase 30 anos atrás! Mas será que houve realmente uma mudança significativa nessas últimas décadas? Será que os advogados estão preparados para o mundo digital de hoje?

Como acontece com qualquer profissão, o que era inovador em uma época se torna ultrapassado no presente. O avanço da Internet passou a exigir uma advocacia mais moderna, que acompanhe as transformações tecnológicas e se adapte a elas. 

Vejo hoje, cada vez mais, Lawtechs ou Legaltechs (termos que se referem a startups que criam serviços e/ou produtos voltados ao mercado jurídico) criarem plataformas para explorar as atuais falhas que esse setor ainda apresenta, mesmo com tanta tecnologia à disposição. Essas plataformas são utilizadas na terceirização de serviços advocatícios, tais como na elaboração automatizada de petições, análise de documentos, confecção de contratos, gestão de prazos e pendências, entre outros. A tecnologia vem fazendo um movimento disruptivo irreversível.

Os advogados e demais agentes do Direito precisam estar prontos para acompanhar essa revolução, que acontecerá em uma velocidade cada vez mais rápida. Quem não se atualizar certamente ficará para trás no mercado. É necessária uma mudança urgente de pensamento dos profissionais de Direito, pois a chegada dessas plataformas e aplicativos jurídicos estão impondo aos advogados a necessidade de adequação à modernidade. 

Vale destacar, no entanto, que o advogado não será obrigado a possuir todas as habilidades referentes à advocacia: captação de clientes, gestão de trabalhos, execução, conhecimentos técnicos, desenvoltura oral etc. O que quero transmitir aqui é que essas ferramentas chegam para auxiliar o trabalho mais burocrático para, assim, o profissional focar suas energias e esforços no desenvolvimento de suas melhores competências e otimizar tarefas mecânicas, reduzindo o custo e o tempo de atendimento aos clientes.

Sempre digo a todos em meu ambiente de trabalho que precisamos lembrar que advocacia é sobre pessoas. Justamente por isso não poderemos e nem conseguiremos automatizar tudo. Porém, afirmo que, dentro das possibilidades, devemos cada vez mais utilizar a tecnologia a nosso favor. Somente dessa forma seremos capazes de otimizar a nossa rotina, aperfeiçoar os nossos serviços e, por consequência, melhorar o atendimento aos nossos clientes. Você está preparado?

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