Entregas via bicicleta crescem em 2 anos nas capitais brasileiras

Entregas via bicicleta crescem em 2 anos nas capitais brasileiras

Pandemia e alta nos preços da gasolina são os fatores preponderantes nesse crescimento.

O sistema de delivery ou, em bom português, de entregas, sempre foi movido por automóveis, como carros e motos. No entanto, o uso de tais veículos se mostra caro (do ponto de vista financeiro) e pouco sustentável (do ponto de vista ambiental).

Nesse sentido, as bicicletas aparecem como uma alternativa e tanto para a realização de entregas, seja de comidas, compras de mercado e até mesmo objetos menores. Isso sem mencionar que, para atender a essa nova  demanda, se fazem necessárias soluções de mobilidade urbana.

Independentemente do que vem pela frente, o uso de bicicletas no lugar de automóveis clássicos, como motos e carros, veio para ficar. Isso porque tem tudo para ser uma solução prática para os grandes centros urbanos, a exemplo das capitais brasileiras, que já fazem uso desse tipo de serviço.

Realidade econômica impactou o uso de bikes

Se formos considerar o cenário econômico vivido nos últimos 3 anos, especialmente com o advento da pandemia do novo coronavírus, a realidade dos brasileiros de um modo geral foi fortemente alterada. Tudo mudou, desde o preço dos alimentos até o custo de vida para viver em determinado lugar.

Mais recentemente, um outro problema agravou o viés financeiro: a alta do preço dos combustíveis. Como exemplo, somente nos 4 primeiros meses de 2022 o preço da gasolina subiu em média quase 33%. Em alguns lugares do país, como o Rio de Janeiro, o valor do litro chegou ao patamar de R$ 8,99.

Unindo a questão da pandemia – que desencadeou um alto nível de desemprego no país, com mudanças no custo de vida e de itens básicos – à alta dos combustíveis, fica fácil entender o porquê de a bicicleta se apresentar como uma alternativa mais viável.

Sem a necessidade de combustível ou manutenções frequentes e caras, a bike consegue ser um meio de transporte eficiente e rápido, especialmente para quem trabalha com entregas rápidas.

Mudanças percebidas em números

Segundo dados do projeto iFood Pedal, uma parceria entre o aplicativo iFood e a Tembici, que gerencia o sistema de aluguel bicicletas públicas Bike Itaú, houve um

cadastramento de mais de 18 mil entregadores de diversos lugares do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Recife.

Esse número expressivo de entregadores foi responsável pela entrega de 7 milhões de pedidos usando as bicicletas elétricas do projeto em questão. O objetivo desse projeto é diminuir a emissão de poluentes presentes nos automóveis movidos a gasolina ou etanol.

O projeto ainda garante uma oportunidade para muitos brasileiros que encontraram no sistema de delivery uma forma de ganhar uma renda sem precisar investir na compra de um veículo. Isso porque as bikes em questão são alugadas com preços mais acessíveis e com equipamentos de proteção e suporte.

Bicicleta para além do delivery

Outro aspecto a ser considerado é que o uso das bicicletas tem se expandido cada vez mais como um meio de transporte eficiente e dinâmico. Essa realidade está se tornando mais presente, a exemplo do que acontece em cidades como Copenhague (na Dinamarca), Gothenburg (na Suíça) e Oslo (na Noruega).

Aqui no Brasil, podemos destacar a cidade de Curitiba (PN) como referência no estímulo ao uso de bicicletas – movimento que já acontece há pelo menos 40 anos. Já em relação ao número de bikes, as maiores concentrações aparecem nas cidades de Vitória (ES), Aracaju (SE) e Campo Grande (MS).

Os dados são de Glaucia Pereira, especialista em mobilidade urbana e fundadora do instituto de pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana. Vale lembrar que a bicicleta como meio de transporte deve ser utilizada com o capacete e demais itens de proteção, como luzes sinalizadoras e buzina.