Consumidores impulsionam o surgimento de negócios de slow fashion e moda circular.
Com a sustentabilidade em pauta, o mercado de moda sustentável segue aquecido e crescendo ano a ano. Segundo estudo da consultoria Research And Markets, o setor deve movimentar cerca de US$ 8,2 bilhões em 2023. A expectativa é de que o segmento dobre de faturamento entre 2025 e 2030.
Por isso, investir em calçado sustentável, moda circular, roupas tecnológicas e outras áreas do segmento é uma boa alternativa para quem deseja ter um negócio com bom potencial de crescimento no mercado.
Buscas por produtos sustentáveis cresceu nos últimos cinco anos em todo o mundo
Segundo dados da Economist Intelligence Unit, as buscas por produtos sustentáveis na internet tiveram um crescimento de 71% nos últimos cinco anos. O estudo aponta que, no Brasil, o volume de notícias sobre o tema cresceu 60% e os tuítes relacionados ao assunto cresceram 82% no mesmo período.
Uma pesquisa do marketplace Shopify mostra que 53% dos entrevistados preferem produtos sustentáveis, e 75% dessas pessoas concordam, inclusive, em pagar mais caro do que o habitual por esses produtos.
Em entrevista ao portal Terra, a fundadora da Slow Factory, Céline Semaan, afirma que a moda sustentável é um processo complexo, mas é possível produzir roupas com responsabilidade ambiental e social.
Negócios relacionados à moda sustentável crescem no Brasil
Um levantamento do Sebrae, produzido a partir de dados da Receita Federal, aponta que houve um aumento de 58,48% na formalização dos negócios do segmento de moda sustentável no Brasil, entre 2020 e 2021.
Um dos tipos de negócios do setor que cresceu bastante nesse período foram os brechós. No Brasil, a moda sustentável tem como característica a busca por peças de qualidade e com preço acessível.
O aumento do interesse se dá principalmente pelos jovens entre 18 e 25 anos, segundo estudo da Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia. Os dados também mostram que a busca pela hashtag “brechó”, por exemplo, gerou mais de 5 milhões de resultados mensais no Instagram.
A maioria das publicações relacionadas a essa hashtag focam na oferta de roupas e acessórios usados. Outros termos, como “desapegos” e “garimpos”, são bastante pesquisados na internet e também estão relacionados ao setor de moda sustentável.
Moda sustentável é essencial na diminuição do impacto ambiental
A mudança nos hábitos de consumo relacionados à moda são essenciais para mitigar os impactos causados pela produção de marcas fast fashions, que incentivam o consumo acelerado de roupas e acessórios e contribuem para o agravamento dos danos ambientais no planeta.
Para se ter ideia, de acordo com o movimento Fashion Revolution, para produzir uma calça jeans se gasta, em média, cerca de 10 mil litros de água, enquanto para produzir um sapato o gasto é de 8 mil litros.
Uma estimativa do Banco Mundial aponta que a população mundial deve alcançar a marca de 9,6 bilhões de pessoas em 2050, e, para comportar todo mundo no ritmo atual de consumo, seria preciso de três planetas. Os dados acima mostram o quanto é importante repensar o consumo de moda e como isso vem acontecendo.
Um levantamento da consultoria McKinsey aponta que a adoção da moda sustentável e circular no comércio, com incentivo a aluguel e reparo de roupas, pode ajudar a evitar que 143 milhões de toneladas de gases de efeito estufa sejam emitidos até 2030.
Com o crescimento da moda sustentável no Brasil e no mundo, a tendência é de que as marcas busquem alternativas mais sustentáveis em suas cadeias produtivas, impulsionadas pelas exigências dos clientes do segmento.
Para quem deseja abrir um negócio no setor, a dica é ter a moda sustentável como guia para criar uma marca que tenha responsabilidade social e promova uma experiência de valor para os clientes.