As previsões para a economia em 2014 são pouco otimistas.
O desenvolvimento e a qualificação de equipes, bem como, o aproveitamento de talentos internos serão premissas para as empresas.
Embora vivamos um momento especial, onde a taxa de desemprego alcança o menor nível histórico, atingindo, em novembro de 2013, o índice de 4,6%; o apagão de mão de obra qualificada é um dilema que atinge variados setores da economia. Portanto, treinar e capacitar os colaboradores é a forma que as empresas encontram para driblar esse cenário.
Reter os talentos, dada a carência de profissionais com aptidões que o mercado demanda torna-se a constante preocupação, especialmente de empresas prestadoras de serviços, como é o caso dos escritórios jurídicos.
Em um mercado competitivo, tão somente uma boa remuneração não é fator de retenção. Investir na gestão de carreira e no treinamento, mantendo as pessoas certas e preparadas para os desafios do crescimento são imprescindíveis.
A ideia é ter um quadro de pessoal com foco nos resultados.
O colaborador se sentirá motivado e recompensado, à medida que perceber o quanto a empresa preocupa-se com ele e, sentindo-se parte da organização, fará o mesmo por ela e trará os resultados esperados.
As pessoas só dão o melhor de si quando percebem sinergia no ambiente em que estão inseridas e a possibilidade de se desenvolverem e atingirem seus objetivos.
Dado o grande número de pequenos e médios escritórios jurídicos, a concorrência é acirrada e a busca no atendimento de qualidade, com o menor custo possível, exige um bom dimensionamento de equipe, obtendo-se, assim, bons resultados no planejamento de capacidade.
Encontrar o ponto de equilíbrio entre a oferta e a demanda em um mercado dinâmico, como o jurídico, é um grande desafio.
Diferentemente de produtos, a capacidade de execução de serviços é um bem perecível e finito.
Nas últimas décadas, o dimensionamento da força de trabalho ganhou enorme relevância no meio organizacional, especialmente na prestação de serviços, que vem mantendo crescimento acima do setor industrial.
Os escritórios jurídicos, com visões organizacionais e profissionais, perceberam que ter uma equipe com competências certas e realizando atividades certas, teriam muito mais chances de atingir os seus objetivos estratégicos, suas visões e missões.
O desafio dos gestores do segmento jurídico, assim como em outros setores, tem sido a adequação dos recursos humanos, especialmente a equipe jurídica, aos recursos financeiros dos escritórios.
A equipe precisa estar bem preparada, com conhecimentos específicos, experiências e engajamento para gerar os resultados esperados e atingir altos níveis de qualidade nos serviços jurídicos prestados; contudo, isso pode custar bem caro.
Vários fatores combinados serão necessários para se chegar a excelência da equipe.
O primeiro passo está no processo seletivo. Realizar um bom e assertivo recrutamento e seleção é fundamental, ter programas de desenvolvimento e de retenção de talentos, acompanhar os resultados e dar feedbacks constantes, realocar internamente os profissionais e planejar os desligamentos.
A busca por uma equipe adequada e engajada é um desafio constante para os escritórios jurídicos. A análise quantitativa de pessoal e a adequação dos perfis e competências, necessários para se atingir as metas e objetivos, tornam-se ferramentas indispensáveis, nesse processo.
Cada escritório dimensionará a equipe segundo a missão, porte, estrutura organizacional, modelo de gestão e política de pessoal.
Nem sempre trabalhar com grandes quantidades de materiais, instrumentos ou pessoas é garantia de eficácia e rapidez.
Alguns escritórios jurídicos optam por equipes enxutas, pois entendem que administrar muitas pessoas ao mesmo tempo, não é eficiente, além de não ser tarefa fácil.
Uma equipe numerosa poderá dificultar a execução das tarefas e gerar custos extras.
Em contrapartida, uma equipe enxuta proporcionará, além da redução de custos, rapidez na tomada de decisão, comunicação mais rápida e menos distorcida, foco na necessidade do cliente e não nos procedimentos internos.
O bom dimensionamento do quadro de pessoas gerará impactos no lucro, já que 75% dos custos de um escritório jurídico são dedicados ao custo com pessoal.
Débora Pappalardo
Débora Pappalardo é sócia da Inrise RH – Recrutamento Jurídico, graduada em Administração de Empresas e Pós-Graduada em Gestão Financeira e Gestão de RH e Psicologia Organizacional, atuando no recrutamento e seleção de profissionais, bem como, no estudo de reestruturação organizacional de escritórios jurídicos.