Desafio esportivo em prol da conscientização sobre a fibrose cística vai além da meta da volta ao mundo

Desafio esportivo em prol da conscientização sobre a fibrose cística vai além da meta da volta ao mundo

Objetivo era alcançar 40.075 km, mas 317 pessoas de sete países percorreram 42.325 km em três meses e meio
O Desafio Volta ao Mundo pela Fibrose Cística não só bateu a meta de quilometragem, que era de 40.075, chegando aos 42.325 km, como alcançou objetivos que vão além dos números. A iniciativa deu visibilidade à fibrose cística, uma doença rara e ainda sem cura, e impulsionou mais de 300 pessoas em sete países a praticarem alguma atividade física.
“Muitos começaram por conta do desafio, outros eram atletas experientes que por conta da pandemia estavam um pouco desanimados e voltaram a treinar para participar do Volta. O desafio foi um impulso que moveu muita gente e vai continuar impulsionando por muito tempo”, explica Cristiano Silveira, coordenador da Equipe de Fibra, projeto do Instituto Unidos pela Vida, que promoveu a iniciativa.
Participaram do desafio pessoas com fibrose cística e seus familiares, amigos, profissionais da área da saúde e o público em geral. Uma pessoa chamou a atenção pela sua força de vontade. Kassiano Knack nasceu com a doença e aos 17 anos fez um transplante pulmonar. Dois anos depois, ele conquista o segundo lugar no ranking geral de corrida da Volta ao Mundo.
“Nós nascemos sem saber andar, com o tempo aprendemos a engatinhar, depois aprendemos a caminhar, e quando vemos já conseguimos correr… A vida é assim, você não começa correndo, levantando pesos pesados, andando de bicicleta sem rodinhas, você começa do início, com alguns minutos e vai evoluindo. No começo é difícil, mas depois que se torna um hábito, o difícil é parar porque você percebe os benefícios não só no seu corpo, mas também na sua alma. E os seus pulmões agradecem. Muitas vezes é preciso fazer mesmo sem vontade, pois a verdade é que você nunca vai se arrepender de ter feito”, incentiva Knack, que pretende continuar com seus treinos diariamente.
Números do desafio A meta de40.075 km foi batida no dia 16 de novembro, seis dias antes do prazo final do desafio. A Volta começou no dia 09 de agosto e o encerramento se deu em 22 de novembro com 42.325 km. Foram 8.459km de corrida, 10.090 km de caminhada e 23.776 km de outros esportes. No total, 317 pessoas do Brasil, Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, Irlanda e Portugal participaram do evento.
Para o coordenador da Equipe de Fibra, foi gratificante acompanhar a mobilização das pessoas em prol da saúde. “Mesmo aquilo que à primeira vista parece muito difícil, inatingível até, pode estar mais perto do que parece, especialmente quando trabalhamos juntos”, comenta Silveira. 
Os três primeiros colocados no ranking geral e na categoria “Pessoa com fibrose cística”, além dos primeiros colocados nas categorias Pai, Mãe e Familiar de pessoa com FC, ganharão troféus. Kassiano também receberá um troféu, por sua primeira colocação na categoria “Pessoa com fibrose cística e transplantada” e pódio na categoria geral corrida. 
O que é a fibrose cística? A fibrose císticaé uma doença genética rara, ainda sem cura, que tem como principais sintomas tosse crônica, pneumonia de repetição, diarreia, pólipos nasais, suor mais salgado que o normal e dificuldade para ganhar peso e estatura. Quem tem fibrose cística precisa, como parte de seu tratamento, realizar atividade física para melhorar seu condicionamento cardiorespiratório e sua capacidade pulmonar.
Sobre o Unidos pela Vida O Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística é uma organização sem fins lucrativos que nasceu da necessidade latente de tornar a fibrose cística conhecida no Brasil, contribuindo pela busca de diagnóstico precoce e tratamento adequado. Em 2020, pelo 3º ano consecutivo, foi eleito uma das 10 Melhores ONGs de Pequeno Porte do Brasil. O instituto também realiza anualmente a campanha de conscientização Setembro Roxo, que chama a atenção para essa doença rara que acomete uma a cada 10 mil pessoas nascidas no país, mas atualmente tem apenas cerca de 6 mil diagnosticados.