A demissão silenciosa ou Quiet Quitting, como também é conhecida, consiste na forma como o empregado exerce suas atividades. Na verdade, é uma atitude no ambiente corporativo onde o empregado limita-se a fazer apenas e tão somente as tarefas básicas no desempenho de suas atividades laborais. Ou seja, apenas o estritamente necessário para não ser demitido, empregando o menor esforço e usando bem menos de seu potencial.
Quem defende este tipo de movimento afirma que a ideia principal é equilibrar a vida pessoal e a profissional, dando prioridade às atividades fora da empresa. É o que explica William Margreiter Alves, advogado trabalhista do Zarif Advogados. “Este movimento ganhou notoriedade há pouco tempo, apesar de alguns estudiosos afirmarem que o tema já havia sido abordado antes, porém com um nome diferente. É muito importante destacar, que boa parte das empresas tem criado formas para lidar com este tipo de movimento, como por exemplo, as semanas de trabalho mais curtas e as férias ilimitadas”.
O especialista diz que, este tipo de comportamento pode acarretar a falta de oportunidades de crescimento profissional dentro da empresa. “Isso porque, as oportunidades de promoção são dadas àqueles que desenvolvem um trabalho diferenciado e não vejo a possibilidade de um empregado se destacar perante os demais colegas fazendo apenas o básico ou somente o que os seus gestores pedem”, considera.
Alves ressalta, ainda, que embora as empresas tenham responsabilidade em relação aos empregados que aderem ao movimento da demissão silenciosa ou Quiet Quitting, “os líderes destes empregados têm um papel fundamental no sentido de influenciar aqueles que aderem a este movimento a mudarem de opinião, já que o movimento traz grandes prejuízos à carreira profissional de quem o adere. E o modo eficiente nesta mudança de pensamento seria a forma de gestão destes líderes, fazendo com que os seus liderados vissem neles um modelo a ser seguido”.
Os impactos deste tipo de comportamento para a empresa resumem-se no desconforto junto à equipe. “Por exemplo, um empregado que dá o máximo no seu dia a dia, toma conhecimento de um colega de trabalho adepto ao movimento da demissão voluntária e ambos recebem o mesmo salário. Como este empregado, que se esforça diariamente, terá motivação para continuar se esforçando, sabendo que um colega de equipe faz apenas o básico e ainda recebe o mesmo salário que o dele?”.
Ao finalizar o especialista enfatiza que o modelo de gestão de um líder é a principal forma de combater a demissão silenciosa. “Por isso, é imprescindível que o líder, ao perceber este tipo de situação, converse com o liderado e explique as consequências e o impacto negativo que tal entendimento poderá trazer para a sua carreira profissional. Como diz aquela velha máxima “liderar é influenciar” e se o líder tem o respeito e serve como modelo para os seus liderados a opinião dele com certeza terá um peso considerável havendo grandes chances de o empregado rever os seus conceitos e talvez mudar de opinião”.