Aumento da gasolina e das passagens impacta renda do consumidor; uso de bicicleta é alternativa mais viável
Quem utiliza transporte sabe que os custos estão aumentando, independentemente de ser um veículo próprio ou público. Motoristas de aplicativo, por exemplo, estão sentindo a renda cair: entre junho e outubro, mais de 30 mil veículos foram devolvidos a locadoras. A devolução é explicável: 53% do lucro obtido com corridas vai diretamente para gastos com combustível.
O uso de um meio de transporte sustentável é uma alternativa: ajuda não apenas a diminuir esses gastos, mas também a ter uma vida mais saudável e menos poluente.
Pressão dos combustíveis
O gasto de uma família com transporte passou de uma elevação de 1,82% em setembro a 2,62% em outubro. Os combustíveis subiram 3,21%: óleo diesel (5,77%), etanol (3,54%) e gás veicular (0,84%). A gasolina subiu 3,10% — é a sexta alta consecutiva, acumulando 38,29% no ano e 42,72% em 12 meses.
Queda de motoristas
Como visto, mais da metade dos ganhos obtidos com corridas têm sido gastos apenas com combustível. Isso fez com que mais de 30 mil motoristas desistissem de rodar apenas na cidade de São Paulo. Para contornar essa situação, as empresas aumentaram os ganhos de cada motorista por corrida — a porcentagem varia conforme empresa, local, horário e, claro, demanda da corrida.
Apesar de as empresas negarem, os usuários já perceberam a queda na quantidade de motoristas disponíveis e a alta de desistências entre as corridas. A mudança também foi perceptível no bolso: o preço do transporte por aplicativo aumentou 19,85%.
Aumento das passagens
Governantes já alertaram o Planalto sobre um provável aumento nas passagens de ônibus na primeira quinzena de janeiro. O reajuste será de 10 a 13% — na média das capitais, equivale a R$ 0,60. Parece pouco, mas já significa um aumento de R$ 1,20 no uso diário. Em São Paulo, por exemplo, a passagem pularia de R$ 4,40 para R$ 5.
Para uma população que gasta pelo menos 20% do salário apenas com transporte — e que, em muitos casos, o salário não chega a R$ 1 mil —, o impacto é grande. É importante levar em conta que o aumento da “pejotização” e do trabalho autônomo faz com que o valor da passagem seja pago também pelo usuário. Resumindo, é o consumidor quem mais sofre com o reajuste.
Preço dos carros
Quem desejou adquirir ou trocar de carro também percebeu o aumento nos preços. Apenas em outubro, os valores dos automóveis zero km aumentaram 1,77%, enquanto os usados aumentaram 1,13%. O acúmulo foi de 12,77% e 14,71% de alta em 12 meses, respectivamente.
Metrô
Transportes como trens e metrôs também sofreram reajuste. Em maio, a passagem do metrô carioca passou de R$ 5 para R$ 5,80, tornando-se a mais alta do país. A SuperVia também já anunciou que, em fevereiro de 2022, a passagem de trem passará de R$ 5 para R$ 7. A concessionária explicou que o aumento foi devido à sua recuperação judicial e queda de 250 mil usuários com a pandemia.
Transporte suave
Para o usuário, o mais prejudicado com os recentes aumentos, a alternativa é utilizar meios de transporte mais em conta. A bicicleta é o exemplo mais acessível: ela permite o deslocamento em diferentes locais e superfícies, além de, em muitos casos, ser mais veloz do que um carro em um trânsito intenso.
As grandes vantagens da bicicleta, no entanto, estão no impacto positivo na saúde do trabalhador, que é “obrigado” a sair do sedentarismo cada vez que utiliza o veículo. Além disso, ela diminui a pegada de carbono, ou seja, o “rastro” de gases tóxicos que cada atividade de um indivíduo gera no meio ambiente.
O mais interessante é que o usuário não precisa de uma bicicleta própria para se locomover. Com o aluguel de bikes, ele só precisa de um aplicativo para desbloquear um veículo e utilizá-lo até onde precisar. Para quem faz viagens diárias, a economia mensal é ainda maior.