Crises humanitárias escancaram necessidade de profissionais de medicina de excelência

Crises humanitárias escancaram necessidade de profissionais de medicina de excelência

Papel dos médicos ganha ainda mais importância em situações de tamanha gravidade.

O cuidado com a saúde é um dos principais fatores para se garantir qualidade de vida ao ser humano. A medicina aparece como uma área de suma importância nesse sentido, já que ela poderá ajudar no diagnóstico correto de doenças, bem como no tratamento adequado para cada situação.

A pandemia do novo coronavírus deflagrada a partir de 2020 deixou ainda mais evidente isso, mostrando que não basta estudar medicina, mas mais que isso: é necessário formar profissionais de excelência, que estejam dispostos a lidar com realidades um tanto quanto duras.

É o caso das chamadas crises humanitárias, situações de extrema emergência em que um número grande de pessoas encontra-se sob risco de vida, seja com doenças, desastres naturais, motivos políticos, falta de serviços básicos ou em razão de deslocamentos populacionais forçados.

Crises humanitárias x vidas humanas

O primeiro aspecto que deve ser considerado quando pensamos em uma crise humanitária é a preservação das vidas humanas. Em situações extremas, como na pandemia de Covid-19 e no recente caso de crise sanitária com os povos indígenas Yanomami, a saúde das pessoas é colocada em risco.

A falta de alimentos e de água potável, a contaminação do solo e dos recursos hídricos, as grandes inundações e deslizamentos de terra, as secas prolongadas e a queimada da vegetação acabam por ocasionar a fome, a desnutrição, e o aparecimento de doenças o que resulta, consequentemente, na morte de muitas pessoas.

Para se ter uma ideia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimava ainda em 2019 que até o ano seguinte o planeta chegaria ao patamar recorde de quase 170 milhões de pessoas com necessidades de ajuda humanitária. Tal número aumentou significativamente com a pandemia de Covid-19 a partir de 2020.

O uso de medicações adequadas para cada tipo de doença, como a malária, o sarampo e a febre-amarela; o tratamento de combate à desnutrição, especialmente de crianças, idosos e mulheres grávidas; e o cuidado com ferimentos, cortes e fraturas são alguns exemplos do que pode ser feito em situações desse tipo.

É exatamente por isso que a presença de profissionais de saúde qualificados é tão necessária em lugares que sofrem com esse tipo de situação. São eles que poderão designar as medidas mais eficientes e efetivas em casos extremos, minimizando, assim, os riscos à vida.

Principais crises humanitárias da atualidade

Além de entender a importância médica de excelência nas chamadas crises humanitárias, é interessante conhecer quais as principais razões por trás dessas situações extremas.

Causas ambientais

As mudanças climáticas estão por trás da maioria dos problemas ambientais, como tsunamis, inundações e secas, segundo a própria ONU. Segundo informações do Escritório das Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres, entre 2000 e 2019, 1,23 milhão de pessoas morreram em razão de desastres naturais.

Em 2004, por exemplo, um tsunami que atingiu oito países banhados pelo Oceano Índico matou cerca de 220 mil pessoas. Já em 2010, um terremoto deixou mais de 300 mil vítimas fatais no Haiti, sem contar com os mais de 1,5 milhão de flagelados e 350 mil feridos.

Guerras

Os conflitos armados e disputas territoriais também estão entre os motivos de algumas das crises humanitárias da atualidade. É o caso das guerras civis no Iêmen, Síria e Afeganistão. No caso da guerra russa-ucraniana, estima-se que, até o momento, haja cerca de 300 mil mortos, sem contar os feridos e refugiados.

Para se ter uma noção da gravidade, ainda no final de 2019, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados estimava que cerca de 80 milhões de pessoas em todo o planeta teriam sido obrigadas a saírem de seus lugares de origem por conta de conflitos armados e perseguições.

Razões sanitárias

O contágio de doenças infecciosas é outro motivo de grande preocupação nas crises humanitárias. No caso da pandemia do novo coronavírus, até o final de fevereiro de 2023, estatísticas do site especializado em pesquisas Our World In Data mostravam 6,87 milhões de mortos em razão da doença.

Isso sem contar com os milhares de pacientes que necessitam de tratamento, seja para a Covid-19, seja para outras epidemias como as de ebola, malária e HIV. No Brasil, o caso mais recente é o dos povos yanomami nos estados de Roraima e Amazonas, que sofrem com diversas doenças, assim como a desnutrição.