Brasileiros querem criptomoedas além do investimento.
Com a valorização do Bitcoin (BTC) em 2021, a criptomoeda tem sido cada vez mais procurada como investimento. No entanto, os brasileiros não querem apenas comprar criptomoedas, mas sim utilizá-las como meio de pagamento.
É o que afirma uma pesquisa da fintech israelense Rapyd, que entrevistou 435 pessoas entre 20 e 65 anos. O estudo teve como objetivo avaliar os receios e hábitos dos brasileiros em relação a meios de pagamento digitais. Portanto, a pesquisa abordou o uso de cartão de crédito, carteiras digitais e criptomoedas.
De acordo com os resultados, 36% dos entrevistados afirmaram que gostariam de experimentar pagamentos com criptomoedas. A taxa é 50% maior do que os que responderam que queriam tentar pagamentos por voz utilizando serviços como Siri e Alexa, por exemplo.
Contudo, o uso de criptomoedas ainda é considerado difícil por 49% dos entrevistados. Este foi o índice apontado quando os participantes foram indagados sobre quais meios achavam mais difíceis de utilizar no dia-a-dia.
Entenda como pagar com criptomoedas
Uma transação com criptomoedas envolve basicamente dois endereços. Um deles é responsável por enviar a transação, enquanto o outro irá recebê-la.
Para realizar esse procedimento, os usuários podem utilizar duas formas. A primeira delas é copiar o endereço e colar na sua carteira, realizando o envio. Este método é útil quando as partes estão distantes fisicamente uma da outra e, portanto, não podem utilizar seus dispositivos diretamente.
Já a segunda envolve a leitura de um QR Code emitido pela carteira. Essa leitura é feita pelo celular de quem vai fazer o pagamento e dispensa digitar o endereço da carteira.
Vantagens e riscos
O uso das criptomoedas como meio de pagamento possui diversas vantagens. Em primeiro lugar, essas transações ocorrem 24 horas por dia, sete dias por semana. Ou seja, pessoas de qualquer lugar do mundo podem enviar e receber dinheiro independentemente de datas e fusos horários.
Em segundo lugar, as taxas desses pagamentos são muito acessíveis. Apesar de as redes ficarem congestionadas em momentos de alta demanda, transferir dinheiro via criptomoedas tende a ser muito mais barato do que usar o sistema bancário.
Tal vantagem é vista melhor sobretudo com transações de alto valor, com muitos casos de operações que movimentam bilhões de dólares que pagam taxas de centavos ou poucos dólares.
No entanto, o uso de criptomoedas também envolve alguns riscos. Por ser uma tecnologia nova, muitas pessoas ainda não estão familiarizadas com os endereços de carteiras. Em virtude disso, podem cair no erro de enviar dinheiro para endereços errados ou que são de uma criptomoeda diferente.
Nestes casos, o erro é irreversível: não há como fazer estorno da transação. As criptomoedas perdidas em uma transação errada não podem ser recuperadas. Por isso é importante saber como as carteiras e endereços funcionam antes de realizar qualquer tipo de operação.
Primeira nação a usar criptomoedas
Apesar de ser uma tecnologia com menos de 13 anos, as criptomoedas já possuem uma adoção considerável. De fato, o ano de 2021 foi marcado pelo surgimento do primeiro país do mundo onde uma criptomoeda tornou-se moeda oficial.
Esse país é El Salvador, localizado na costa do Pacífico da América Central. O país, que adota o dólar como moeda oficial desde 2001, adotou o Bitcoin (BTC) em setembro deste ano. Como resultado da Ley Bitcoin, o país agora possui duas moedas em circulação.
O dólar ainda é a unidade de conta para a maioria dos preços do país. Mas agora os estabelecimentos mostram os preços tanto em dólar quanto em satoshis, unidade de conta do BTC. Da mesma maneira, os pagamentos podem ser realizados tanto em dólar quanto em BTC.
Dessa forma, o país surge como o primeiro experimento de uma nação adotando criptomoedas em larga escala. Um meio de pagamento universal, que funciona 24 horas e não conhece fronteiras físicas. Em suma, o pagamento que todos, de salvadorenhos a brasileiros, querem utilizar.