Investimento em tecnologia por escritórios de contabilidade e advocacia e dados em nuvem protegidos com blockchain estão entre as soluções elencadas por CEO da Company Hero
O Brasil está na 12ª posição entre as 20 maiores economias globais pelo Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, há um panorama oposto no ranking Doing Business 2020, que revela o país na modesta 124ª posição em relação à facilidade de abertura de novos negócios. Segundo a Company Hero, startup que já ajudou a simplificar a formalização de mais de 10 mil empresas no Brasil em quatro anos, o fator que mais dificulta a regularização de um negócio no Brasil é a ausência de informações transparentes em um único sistema.
Com base no último relatório do Redesim, sistema criado para gestão de abertura, alteração e baixa de empresas de todo o país, Goiás é o estado com o processo de legalização de empresas mais digitalizado, levando 1 dia e 2 horas. “Para se ter uma ideia, na Estônia, a abertura de uma empresa pode ser realizada 100% online, custa cerca de 190 euros e leva 2 horas para ser concluída”, ressalta Miklos Grof, CEO da Company Hero.
Diante desse cenário, o executivo listou as cinco principais tendências para o setor de legalização em 2022 que podem ajudar contadores e advogados e facilitar a jornada dos empresários brasileiros. Confira:
1. Alto investimento em tecnologia por escritórios de contabilidade e advocacia
Os setores contábil e jurídico eram tradicionalmente mais resistentes sobre a aplicação de softwares e automações em sua rotina operacional. “Até a pandemia chegar e pressionar contadores e advogados de todo o mundo a investir em tecnologia para sobreviver com seus negócios. Agora, muitas startups estão causando uma disrupção no mercado e crescendo muito rápido, forçando essas empresas mais tradicionais a se atualizarem”, pontua Grof.
O Brasil ainda lida com outro fator: parte da rotina de cartórios, prefeituras, juntas comerciais e tribunais ainda é analógica e se mescla com sistemas pouco integrados. “Mas, nos próximos cinco anos, veremos os mercados contábil e jurídico adotando cada vez mais softwares e plataformas para lidar com a alta competitividade e expectativas dos seus clientes”, destaca.
Segundo uma pesquisa da Gartner com diversos líderes de legalização, o orçamento destas empresas destinado a softwares e tecnologia aumentou 1,5 vezes comparando 2017 e 2020. E a projeção até 2025 é que este tipo de investimento aumente 3 vezes. A mesma pesquisa apontou que, até 2024, o mercado legal e paralegal terá automatizado 50% do trabalho dedicado à legalização de empresas. “A integração entre plataformas privadas e dados de órgãos públicos possibilitará a contabilidades e escritórios de advocacia a automação de consultas cada vez mais ágeis de processos jurídicos, documentação de clientes e informações tributárias”, afirma o CEO.
2. Automatização do trabalho básico e administrativo nos escritórios contábeis e jurídicos
Uma pesquisa divulgada pela ABL2 em parceria com a Lawgile e a Future Law identificou o desafio da alta improdutividade e tempo que os advogados dedicam diariamente em certas rotinas. Mais de 35% dos entrevistados afirmou trabalhar entre 10 e 12 horas por dia. Deste período, em média quatro horas são dedicadas ao trabalho jurídico; enquanto a maior parte do tempo é dedicada a tarefas repetitivas como responder e-mails e conversas no telefone, reuniões e consultas de documentos e informações.
“Quando o assunto é regularizar um negócio no Brasil, há quem diga que a burocracia em nosso país é uma grande bagunça, mas temos processos bem definidos. Porém, as etapas são desconexas, cheias de particularidades e com pouca transparência”, explica Grof. “Por enquanto, ainda lidamos com dados isolados e sistemas com tecnologia desatualizada que não se integram, gerando muitas etapas e validações de diferentes órgãos públicos em instâncias municipais, estaduais e federais para formalizar um CNPJ”, completa.
Atualmente, a tecnologia aplicada à área de legalização está avançando mais rapidamente no setor privado. “Para escalar o atendimento a mais empreendedores e eliminar a improdutividade, plataformas como a da Company Hero, ClickSign, Omie e Conta Azul, com auxílio de bots e integrações, apoiam contadores e advogados para reduzir drasticamente o desperdício de tempo com processos manuais e repetitivos de seus funcionários”, destaca.
3. Foco na experiência e comunicação digital com o cliente
“Nos últimos 10 anos, bancos digitais, empresas de saúde e bem-estar e comércio eletrônico nos acostumaram a comprar e consumir com a facilidade e agilidade que a tecnologia traz à nossa rotina. E a pandemia abriu ainda mais espaço para a tecnologia moldar definitivamente o nosso modo de trabalhar e fazer negócios”, pontua o CEO.
Advogados e contadores são cada vez mais cobrados por seus clientes não só pela agilidade na prestação dos serviços, mas pela comunicação remota e ágil. “Da mesma forma que reserva hospedagem, paga boleto e pede comida 100% online, o empresário da era digital quer gerenciar, remotamente e em tempo real, o status de um protocolo, documento, certidão ou processo legal da sua empresa”, ressalta.
Em resposta a essa demanda, os contadores e advogados que desejam aumentar receita e produtividade precisam garantir agilidade, transparência e eficiência na comunicação e na experiência que oferecem a estes clientes.
4. Dados integrados em nuvem e protegidos com blockchain
Durante a pandemia, escritórios de contabilidade e advocacia tiveram que lidar com a transição para o remoto, maior competitividade e alta cobrança de seus clientes por assertividade na prestação dos serviços com o melhor custo-benefício. A exemplo de outros nichos da economia, o setor de legalização segue a tendência de data driven. Até 2024, segundo a Gartner, estima-se que 20% dos profissionais do setor que atuam em escritórios especializados serão substituídos por outros especialistas em inovação, tecnologia e inteligência de dados.
“Toda essa avalanche de dados de empresas e clientes, naturalmente, aponta o alerta para a cibersegurança. Atrelada ao setor financeiro pelo crescimento das criptomoedas, a tecnologia Blockchain será cada vez mais aplicada, começando por contratos e documentos ‘inteligentes’ de pessoas físicas e jurídicas. Veremos maior agilidade, transparência e confiabilidade dos processos legais e paralegais, com documentos criptografados que não poderão ser excluídos nem sofrer intervenção por humanos”, explica o CEO.
5. Identidade e assinatura digital
Identidade digital é um recurso que centraliza documentos, biometria e dados individuais em um único cadastro. A Estônia é o país com maior aderência a este modelo de identidade digital com um sistema implementado em 1991. Cerca de 98% da população possui a identidade digital e sua aplicação no cotidiano é bastante ampla: certidão de nascimento, habilitação de motorista, voto eleitoral, histórico médico, declaração tributária, transações financeiras e a abertura de uma empresa são informações unificadas em um cadastro.
Startups têm investido em tecnologias de identidade e assinatura eletrônica de documentos, como Soluti, Unico ID, CertiSign e ClickSign. “O caso Estônia prova o potencial desta tendência com maior eficiência da gestão integrada de informações público-privadas. Desta forma, recursos governamentais que seriam despendidos com burocracia analógica podem ser usados em educação e serviços para a aplicação”, pontua o CEO.
Cenário em desenvolvimento
Hoje, algumas empresas têm trabalhado ativamente para mudar o cenário de legalização das pequenas empresas no Brasil. A Company Hero, especificamente, facilita a formalização de um negócio, de ponta a ponta, apoiando pequenas empresas, advogados e contadores com uma plataforma 100% digital para abertura e alteração de CNPJ, assinatura de endereço fiscal, contrato social, obtenção e gestão de certidões, registro de marca, entre outros serviços. Intuitiva e integrada a dados de órgãos públicos, a plataforma unifica a criação de processos e o acompanhamento em tempo real do status em cada um deles.
“Com as soluções Company Hero, contadores e advogados conseguem escalar sua operação e atender melhor seus clientes gerenciando diversos processos paralegais em uma única tela, e pequenos empresários contam com uma experiência fluida, com transparência no processo e preços justos para criar e manter seu CNPJ legalizado”, conclui Grof.