Cinco dicas para empreender em um e-commerce

Veja como estruturar uma loja virtual para atrair e converter clientes

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O comércio eletrônico brasileiro encerrou 2024 com um faturamento recorde de R$ 204,3 bilhões, crescimento de 10,5% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm). Foram mais de 414 milhões de pedidos, com um ticket médio de R$ 492,40.

Para 2025, a projeção é de continuidade dessa trajetória de expansão, com estimativa de faturamento de R$ 224,7 bilhões. O otimismo é sustentado por fatores como a ampliação do número de consumidores on-line, que deve atingir 94 milhões, o aumento do ticket médio, projetado para R$ 515,80, e a transformação digital. 

O presidente da ABComm, Maurício Salvador, destaca que o crescimento do e-commerce vem fortalecendo o varejo brasileiro e ampliando oportunidades para negócios de todos os portes. Porém, para se manter competitivo, é necessário investir em estratégias.

Aposte na experiência do usuário (UX)

A usabilidade de um site pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma loja virtual. Uma pesquisa da PwC, divulgada pela Serasa Experian, revelou que 49% dos consumidores latino-americanos abandonaram uma marca que amavam após apenas uma experiência ruim. 

Os entrevistados também apontaram que, se tivessem uma experiência memorável,  estariam dispostos a pagar 16% a mais no preço de serviços e produtos. Para evitar frustrações, a Serasa reforça a importância de ter um site intuitivo, com carregamento rápido e uma interface com elementos interativos bem definidos. 

Links e botões que indicam ações precisam ser claros e com chamadas atrativas. Outro ponto importante é registrar o domínio — o endereço digitado na barra do navegador — com um nome fácil de lembrar e associado à identidade da marca.

Também é preciso garantir a responsividade em dispositivos móveis, considerando que o smartphone é usado por 87% dos brasileiros para fazer compras on-line, segundo pesquisa produzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Invista em marketing digital

Investir em marketing digital é uma das principais estratégias para atrair e converter clientes. A Serasa Experian recomenda ações como SEO (otimização para mecanismos de busca), e-mail marketing, anúncios pagos e atuação nas redes sociais. Tudo isso deve ser alinhado ao conhecimento do público-alvo.

De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as práticas de marketing precisam começar pela própria loja virtual, com descrições claras, boas imagens dos produtos e identidade visual definida.

Saber como fazer uma landing page bem estruturada também está entre as recomendações. Focadas em conversão, elas devem ter mensagens objetivas, capazes de gerar as ações desejadas, como preenchimento de formulários ou cliques em botões. O Sebrae destaca que o usuário deve perceber o conteúdo e a oferta em até dez segundos.

Personalize a jornada do cliente

A personalização também é uma estratégia que pode influenciar o sucesso do e-commerce. De acordo com o estudo CX Trends 2024, 65% dos consumidores consideram as experiências personalizadas como um fator decisivo de compra. Isso significa que, além de oferecer produtos, é necessário adaptar a jornada às preferências individuais.

Uma das recomendações do Sebrae é segmentar os clientes com base em dados demográficos, comportamentais e de interesse. Essa estratégia permite ações direcionadas e atendimento personalizado pelos canais favoritos do consumidor.

Ainda segundo o levantamento, 82% dos entrevistados valorizam o atendimento em tempo real, enquanto 67% consideram a personalização como o principal motivador para efetuar uma compra.

Priorize a segurança e a clareza durante o checkout 

A segurança digital é outro fator que impacta a confiança do consumidor. Segundo levantamento da Akamai, 54% dos consumidores prezam por garantias sobre a proteção de dados financeiros durante as transações. Além disso, 40% afirmam que não voltariam a comprar de uma empresa que já enfrentou vazamento de dados, mesmo após correções.

Para conquistar e manter a confiança do público, a orientação é contar com sistemas bem estruturados de proteção de dados pessoais, além de canais de atendimento que reforcem a sensação de ambiente seguro. 

O checkout deve ser transparente, com informações claras sobre produtos, serviços e transações financeiras. O Sebrae alerta que a etapa final de compra é um dos principais pontos de abandono e que, por isso, é preciso facilitar o processo, solicitando apenas informações essenciais, oferecendo diferentes opções de pagamento e trabalhando com taxas de frete atrativas.

Agilize os processos de entrega

Oferecer uma entrega rápida também é um diferencial competitivo no e-commerce. Dados da PwC mostram que 71% dos brasileiros consideram esse fator decisivo para avaliar positivamente uma compra on-line. No entanto, garantir eficiência logística é um desafio para 39% dos lojistas consultados pelo Sebrae.

O processo logístico vai além do transporte, incluindo organização do estoque, empacotamento, rastreamento e envio. Por isso, é importante contar com fornecedores de confiança, prazos bem definidos e boa comunicação com o consumidor até o recebimento do produto.