Por Carolina Martins, Gerente de Desenvolvimento de RH da Resource IT
Diferente do que estamos acostumados a ver no mercado, a carreira atualmente deve ser encarada como um patrimônio do profissional, e não mais exclusivamente da empresa. A afirmação pode parecer polêmica, mas é uma constatação tendo em vistas as diversas mudanças de paradigma nos sistemas tradicionais de desenvolvimento de pessoas. Antigamente, o foco do colaborador era entrar em uma empresa para ser “chefe”, passando a vida toda com o mesmo emprego. Havia praticamente uma única trilha a ser seguida e o sucesso dependia do local de trabalho.
Tempos mais tarde, o conceito mudou e o profissional passou a ter a chance de escolher entre duas opções: seguir para a área gerencial ou técnica. A opção por uma frente ou outra estava ligada à formação focada nas atribuições diárias dos funcionários, totalmente operacionais e não relacionados ao desenvolvimento do profissional como um todo.
Por outro lado, o que se vê atualmente é o surgimento de profissionais mesclam habilidades comportamentais com conhecimento técnico. Parte do desenvolvimento dessas habilidades é estimulada pelas empresas. No entanto, esse novo panorama da carreira como patrimônio do profissional mostra que a própria pessoa deve sempre ter um olhar crítico sobre suas experiências, pontos fortes e fracos e focar além de sua posição atual, pensando nos próximos passos. Questões como “aonde você pretende chegar?”, “quanto deseja trabalhar?” e “quanto quer ganhar?” são importantes para saber exatamente o que o funcionário quer para o futuro. O sucesso profissional é algo real e desejado por muitos, porém, deve ser planejado e bem desenvolvido, o que vai diferenciá-lo nesse momento é ter atitude para ir além do que é esperado dele.
A busca pelo aperfeiçoamento deve ser constante. Contudo, vivemos em uma época em que o profissional precisa aprimorar sua própria carreira em vez de apenas aguardar que as empresas invistam nele. Não é que as companhias não façam isso. A maioria estimula e paga um percentual ou até mesmo 100% de MBAs, cursos de idiomas, entre outros. Porém o funcionário não deve depender apenas disso. Afinal, o que diferencia você dos demais é exatamente aquilo que você faz de diferente.
Bryan Tracy, em seu livro “O Ciclo do Sucesso” apresenta alguns fatores determinantes para a busca pelo melhor desempenho profissional. Os mais importantes são confiar em si mesmo, assumir riscos e, principalmente, sair da zona de conforto. Na era digital, há diversos cursos, palestras e workshops que podem ser encontrados na Internet – muitos deles gratuitos – que poderiam ser mais aproveitados para que as pessoas desenvolvam suas capacidades e evoluam profissionalmente. Além disso, o colaborador pode apresentar a sugestão de um curso para que a empresa invista nele em vez de ficar esperando pelo que quer.
Vale destacar que o líder também exerce um papel importante nesse processo porque sua orientação em feedbacks periódicos pode ajudar o profissional a identificar no que precisa se aperfeiçoar. Na Resource IT, implantamos recentemente uma nova metodologia de avaliação baseada em registros diários de feedback, onde o colaborador tem o seu espaço para incluir suas entregas e evoluções e o líder também pode registrar os feedbacks e percepções em relação ao colaborador justamente para facilitar esse acompanhamento mais próximo. Utilizando a solução, os gestores estimulam a busca pelo aprimoramento de seus colaboradores. Com recursos como esse, atingimos 94% de índice de satisfação dos funcionários com o trabalho e, dos que saem da companhia, 95% voltariam a trabalhar na Resource IT.
Com a colaboração do líder e da empresa em que atua somada à inciativa proativa de se desenvolver, o profissional pode tomar as rédeas de sua carreira e direcioná-la para alcançar o que desejar, efetivamente tornando-a seu patrimônio. Dessa forma, as organizações e seus funcionários saem ganhando. Os profissionais se beneficiam porque conseguirão atingir seus objetivos de carreira com mais facilidade e rapidez. Já para as companhias, as vantagens são ter colaboradores mais bem preparados, produtivos e satisfeitos com a organização onde trabalham, garantindo a retenção de talentos, com menor rotatividade.