Benefícios do modelo de trabalho híbrido em administradoras e imobiliárias

Benefícios do modelo de trabalho híbrido em administradoras e imobiliárias

A pandemia do novo coronavírus acelerou o processo de transformação digital em todos os mercados. Para administradoras de condomínios e imobiliárias que observavam uma transição mais lenta e gradual, as mudanças foram mais drásticas. 

Dentre a criação de soluções e o desenvolvimento de tecnologias algo que se destacou foi a mudança no modelo de trabalho. Empresas de todos os portes necessitaram urgentemente mudar para um regime total ou parcialmente remoto com o menor impacto possível na execução de seus serviços. 

O trabalho remoto ‘toma conta’ nas empresas mais inovadoras do mundo (e do Brasil)

Poderosas do mundo da tecnologia até tomaram ações mais drásticas, ao perceber os ganhos na produtividade. O Twitter foi um dos primeiros a anunciar que seus funcionários trabalharão de casa de forma permanente. A Apple também manifestou interesse no modelo.

Mas isso não se restringe às estrangeiras. Recentemente, a Ambev abriu mais de 100 vagas remotas, selecionando candidatos do Brasil inteiro. A BRQ, empresa de software, também cedeu ao trabalho remoto, quando percebeu que 50% de seus funcionários sentiam-se mais produtivos em casa – e 72% deles avaliam ter mais qualidade de vida.

Outra grande brasileira que seguiu essa direção foi a XP Investimentos, adotando o trabalho remoto permanentemente e anunciando uma nova sede no interior paulista, a 30km de São Paulo, pensando principalmente na possibilidade de poupar dinheiro com aluguel.

Ainda, a retenção e atração de talentos precisará ser repensada com o modelo remoto em mente. De acordo com a pesquisa “Série Global Stakeholder – O Futuro do Trabalho Agora”, da Salesforce, 52% dos profissionais entrevistados trocariam de emprego para trabalhar à distância.

O comportamento do mercado imobiliário e condominial

Uma pesquisa promovida pela Superlógica com administradoras de condomínios e imobiliárias, revelou que 87,1% adotaram um modelo total ou parcialmente remoto.

O que a princípio parecia algo passageiro se revelou um método operacional muito efetivo para as empresas e seus colaboradores. Diversos estudos revelam ganhos na produtividade e na qualidade de vida dos trabalhadores. Mais do que isso, a normatização desse modelo ainda trouxe insights e oportunidades.

Em sondagens com administradoras e imobiliárias, a Superlógica constatou que gastos com aluguel, consumos (água, luz, materiais de escritório) e a manutenção geral de um escritório presencial poderiam representar de 25 a 50% da receita dessas empresas. Esse valor poderia ser convertido em auxílios para os colaboradores adequarem seus postos de trabalho à distância (melhorando conexão, equipamentos e ergonomia) e, consequentemente, o restante poderia sair da linha de “despesas” para compor o lucro dessas empresas.

E podemos identificar como essa cultura já está entrando no mercado de gestão imobiliária. Em um exemplo prático, uma das maiores administradoras de condomínios do Rio de Janeiro colocou 70% de suas força de trabalho no modelo remoto e ainda entregou mais de 700 metros quadrados do seu escritório para reduzir os gastos com aluguel, e a melhor parte, fez tudo isso apresentando crescimento na carteira de clientes.

Ao vender e praticar suas atividades online, abrem-se fronteiras para expandir sua operação para outras cidades e ampliam as possibilidades de digitalização do negócio, o que não significa eliminar totalmente o escritório físico, que poderá funcionar como um espaço para relacionamento de clientes.

É uma mudança gradual de médio e longo prazo. Com a consolidação de um modelo híbrido de trabalho, em que home office e escritório passam a ser complementares, compreende-se que o espaço físico das administradoras passe a priorizar atividades colaborativas das equipes, já que as tarefas individuais passarão em ser feitas em casa.

*André Baldini é diretor de negócios da Superlógica – empresa que desenvolve o software de gestão mais usado por administradoras de condomínios no país.