Para quem nunca viveu um *ataque de pânico*, pode parecer que tudo não passa de uma reação exagerada, algo que pode ser resolvido com um simples “respira fundo e acalma a mente”. Porém, para quem já enfrentou essa situação, sabe que a experiência é bem diferente: aterrorizante e, muitas vezes, avassaladora.
O *Dr. André Moreno, especialista em saúde mental, explica que durante um ataque de pânico, o corpo entra em estado de completo **curto-circuito*. “O coração dispara, a respiração se torna difícil, o corpo começa a tremer, as mãos ficam geladas e suadas, e surge uma sensação esmagadora de que algo terrível está prestes a acontecer”, relata ele. É como se o corpo estivesse se preparando para enfrentar um perigo iminente, mesmo quando, na realidade, não há nenhuma ameaça.
Ignorar esses sintomas como sendo “apenas mentais” é desconsiderar a verdadeira gravidade do que acontece. “Os sintomas são respostas fisiológicas reais, causadas por uma liberação intensa de adrenalina e uma ativação descontrolada do sistema nervoso”, explica o Dr. André. Ou seja, o corpo age como se estivesse reagindo a uma ameaça de vida ou morte, e essa reação é concreta, afetando o ritmo cardíaco, a respiração e outros processos do organismo.
E os prejuízos não terminam quando o ataque passa. Muitas pessoas que sofrem de *transtorno de pânico* acabam desenvolvendo um *medo constante* de que um novo ataque ocorra. Esse medo pode levar ao isolamento, fazendo com que a pessoa evite lugares ou situações por medo de vivenciar outra crise. “Com o tempo, isso cria um ciclo vicioso de ansiedade, no qual o medo do próximo ataque aumenta a ansiedade, tornando os ataques mais frequentes”, alerta o especialista.
Por isso, é fundamental encarar os ataques de pânico com a devida seriedade. Tratar os sintomas físicos como algo “menor” ou “imaginário” não só deslegitima a experiência de quem sofre com esse transtorno, como também pode agravar o problema. O Dr. André Moreno enfatiza a importância de abordar o transtorno de pânico de forma abrangente, levando em consideração tanto o aspecto físico quanto emocional do problema.